Planos de Miguel Coelho na chapa de João Campos podem ser afetados com rompimento do União Progressista com Lula

Com vários competidores para chapa de João Campos ao Senado, Miguel Coelho pode ser prejudicado com rompimento do União Progressista da base de Lula

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 03/09/2025, às 08h59 - Atualizado às 10h10

Saída do União Progressista da base de Lula pode diminuir chances de Miguel Coelho ser o escolhido para assumir uma das vagas ao Senado na chapa socialista - Reprodução Instagram
Saída do União Progressista da base de Lula pode diminuir chances de Miguel Coelho ser o escolhido para assumir uma das vagas ao Senado na chapa socialista - Reprodução Instagram

O rompimento da Federação União Progressista, formada por PP e União Brasil, com o Governo Lula (PT) pode dificultar os planos do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), de compor a chapa do prefeito do Recife, João Campos (PSB), na disputa pelo Senado em 2026.

A decisão, anunciada na terça-feira (02), torna a presença da federação em um palanque alinhado ao presidente Lula mais difícil. 

A partir da meta de João Campos de manter o apoio exclusivo do PT na eleição de 2026 contra a governadora Raquel Lyra (PSD), a presença de um político não apoiador de Lula pode ficar mais difícil. Como o prefeito do Recife tem outros políticos pleiteando as duas vagas ao Senado na chapa socialista, qualquer mudança pode prejudicar um dos nomes. 

Com a saída do União Progressista, as lideranças da federação exigem que correligionários saiam de seus cargos no Governo Lula, com possibilidade de sanções caso permaneçam.  

Disputa acirrada por duas vagas no Senado

Além de Miguel, desejam compor a chapa de João Campos ao Senado: 

  • Marília Arraes (Solidariedade): Com o histórico de disputas majoritárias em 2020 e 2022, a ex-deputada é aliada de Lula e tem força no interior. Pesquisas recentes, como a do Instituto Conecta, mostram Marília com 28% das intenções de voto no cenário estimulado, liderando a disputa.

  • Humberto Costa (PT): A reeleição do senador é tratada como pré-requisito pelo PT para apoiar João Campos. Como um dos principais nomes do lulismo no Congresso, sua permanência é uma prioridade para o presidente Lula.

  • Silvio Costa Filho (Republicanos): Atual ministro de Portos e Aeroportos, tem o endosso de Lula e é um aliado de primeira hora de João Campos. Apesar de pontuar com 2% na pesquisa, ele aposta em andanças e no apoio de prefeitos para viabilizar seu nome. O apoio de Lula seria a principal prioridade do ministro. 

Cenário favorece Raquel Lyra

Com o rompimento, a tendência é que a Federação União Progressista, e seu considerável tempo de TV, se alinhe formalmente à candidatura à reeleição da governadora Raquel Lyra.

Embora Miguel Coelho já tenha sinalizado apoio para João Campos, tecendo diversas críticas à gestão de Raquel Lyra, a Federação em Pernambuco está nas mãos do PP, partido aliado da governadora e principal grupo da bancada governista na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

Veja fala de Miguel sobre Raquel Lyra: 

Segundo a pesquisa do Instituto Conecta, uma chapa com nomes mais à esquerda, como Marília Arraes e Humberto Costa, é a que apresenta maior tração eleitoral, alcançando 44% de preferência em uma simulação.

No entanto, a ausência de um nome de centro-direita como o de Miguel Coelho pode ser um desafio para atrair um eleitorado mais conservador, segmento em que o prefeito do Recife também tem boa avaliação.