PGR retoma inquérito contra Clarissa Tércio sobre suposta incitação ao 8 de janeiro

Investigação contra Clarissa Tércio sobre suposta relação com os atos antidemocráticos do 8 de janeiro é reaberta pelo PGR, Paulo Gonet

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 21/09/2024, às 11h06

Investigação contra Clarissa Tércio é retomada por exigência de Gonet - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Investigação contra Clarissa Tércio é retomada por exigência de Gonet - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, decidiu por reapresentar o inquérito contra a deputada federal e candidata à Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, Clarissa Tércio (PP-PE),

A parlamentar é investigada por suspeitas de incitação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023

A PGR já tinha se posicionado em maio de 2023 pelo arquivamento do caso, mas Gonet, que entrou no cargo início de 2024, solicitou que o material retornasse para Polícia Federal, com o objetivo de realizar mais apurações sobre o caso. 

Segundo informações da coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo, Gonet quer que a PF descubra o histórico de voos de Clarissa e seu marido, o deputado estadual Pastor Júnior Tércio (PP), e pediu que seja investigado se a candidata realmente esteve no hotel que cita estar durante os atos antidemocráticos. 

Sobre a investigação contra Clarissa Tércio

O arquivamento do caso em 2023 foi feito pelo subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, com base no argumento de que não havia razão para prosseguir as investigações e de que as ações de Clarissa não poderiam ser enquadradas como apologia ao crime. 

O inquérito foi motivado por uma publicação da candidata à Prefeitura de Jaboatão. A alegação é de que a postagem de Clarissa estaria incitando manifestantes a atuar nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Em um vídeo publicado em sua rede social, uma voz afirma "acabamos de tomar o poder. Estamos dentro do Congresso. Todo povo está aqui em cima. Isso vai ficar para a história, a história dos meus netos, dos meus bisnetos". 

A defesa da parlamentar afirmou, na época da investigação, que o vídeo já tinha viralizado nas redes sociais e sido replicado pela imprensa quando ela publicou em suas redes.

A alegação de Clarissa é de que o material foi divulgado com a legenda "Brasília agora. Oremos pelo Brasil" e que a publicação tinha o objetivo atualizar seus seguidores sobre a situação em Brasília.

Clarissa ainda relatou que estava em Muro Alto, de férias, durante o ocorrido. No dia seguinte aos atos antidemocráticos, a parlamentar relatou para Polícia que apresentou uma nota de repúdio aos atos de violência e vandalismo na Praça dos Três Poderes. 

@blogdojamildo