Olinda: vereadores votam pedido de impeachment de Mirella Almeida nesta quinta (26)

Pedido de impeachment contra Mirella Almeida foi solicitado pelo ex-candidato Antônio Campos, entenda caso em Olinda

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 26/06/2025, às 07h02

A prefeita de Olinda terá seu pedido de impeachment votado nesta quinta (26) - Arquimedes Santos
A prefeita de Olinda terá seu pedido de impeachment votado nesta quinta (26) - Arquimedes Santos

A Câmara Municipal de Olinda vota, nesta quinta-feira (26), às 10h, a admissibilidade do pedido de impeachment protocolado contra a prefeita Mirella Almeida (PSD) e seu vice, Chiquinho.

A solicitação foi apresentada pelo ex-candidato à prefeitura, o advogado Antônio Campos (PRTB), que alega descumprimento da Lei de Acesso à Informação e falta de transparência na prestação de contas da gestão. Essa é a primeira vez que um pedido de impeachment chega ao plenário da Câmara da cidade. 

A deliberação sobre a admissibilidade exige que haja no mínimo nove parlamentares presentes dos 17 vereadores e maioria simples entre os participantes. O presidente da Câmara, Saulo Holanda (MDB), será o responsável por conduzir a votação.

Segundo o autor da denúncia, a atual gestão não respondeu a requerimentos oficiais, ignorou prazos legais de prestação de contas da transição e não apresentou até hoje as informações financeiras relativas ao Carnaval de 2025, que deveriam ter sido entregues em até 30 dias após o evento. Além disso, a prefeitura teria deixado de pagar emendas impositivas aprovadas pelo Legislativo, incluindo recursos destinados ao Hospital Tricentenário.

Antônio Campos, que é tio do prefeito do Recife, João Campos (PSB), classifica a postura da gestão como “reiterada violação de deveres administrativos” e diz que Mirella e seu vice “agem como se estivessem acima da lei”.

Em nota, o advogado afirmou que acompanha de perto o andamento do processo e que, caso a Câmara não aprove o pedido nesta quinta, irá ajuizar novas ações judiciais. “Tenho mais dois pedidos prontos, um sobre o Carnaval e outro sobre as emendas. A abertura de uma comissão de investigação sem o impeachment seria apenas uma manobra para retardar o processo”, argumentou.

Apesar do embasamento jurídico apresentado, nos bastidores da Câmara a avaliação é que o pedido tem pouca chance de ser aprovado neste primeiro momento. Parlamentares discutem a possibilidade de instaurar uma Comissão Especial de Investigação (CEI) como alternativa. Se isso ocorrer, Antônio Campos já sinalizou que acionará o Judiciário para tentar forçar a tramitação do impeachment.

A prefeita Mirella Almeida e o vice-prefeito Chiquinho ainda não se manifestaram publicamente sobre o pedido. O Jamildo.com contatou a assessoria da prefeita. Caso receba uma resposta, esta matéria será atualizada. 

Além da ausência de dados da gestão anterior, a vereadora Eugênia Lima (PT) tem reclamado sobre a dificuldade em obter informações básicas sobre a execução orçamentária e a alocação de recursos no município.

A votação desta quinta-feira colocará em evidência o nível de apoio político que a prefeita mantém entre os 17 vereadores eleitos no pleito de 2024.