Partido convocou três deputados para se filiar a outras legendas com foco em ampliar a base e fortalecer a oposição na CPI
por Cynara Maíra
Publicado em 19/08/2025, às 07h57 - Atualizado às 09h13
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) instala nesta terça-feira (19) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Publicidade, criada para investigar contratos do governo Raquel Lyra (PSD). A formação do colegiado, no entanto, foi antecedida por uma intensa disputa política.
Na véspera da instalação, o PSB articulou a migração de três deputados para outras legendas, para garantir maioria oposicionista na comissão. Para facilitar o entendimento, o Jamildo.com preparou um infográfico interativo com as alterações:
As mudanças foram:
Com as trocas, cada um passou a ocupar liderança partidária em suas novas siglas, permitindo que os blocos da oposição ampliassem sua participação na CPI.
A articulação alterou o cenário que até poucos dias parecia favorável à base. O governo articulava o retorno do PL à aliança, sob a liderança de Nino de Enoque, para assegurar maioria.
Com a manobra dos socialistas, a balança pode pender para o lado da oposição.
De acordo com a edição extra do Diário Oficial publicada na segunda-feira (18), solicitaram espaço de titulares os deputados:
O site Jamildo.com apurou que Diogo Moraes será eleito presidente da CPI. A vice-presidência pode ficar com Antônio Coelho, e a relatoria caberia a Waldemar Borges. Caso se concretize, o governo Raquel Lyra pode ter impasses no controle da narrativa sobre a comissão.
A criação da CPI foi aprovada em 4 de agosto, a partir de requerimento da deputada Dani Portela (PSOL). O pedido quer investigar indícios de direcionamento e possíveis conflitos de interesses em contratos de publicidade firmados pelo governo estadual. O valor estimado do contrato é de R$ 1,2 bilhão em dez anos.
A disputa em torno da CPI da Publicidade repete o embate que marcou outras decisões recentes na Alepe. Em 2025, o governo perdeu o comando das três principais comissões permanentes da Casa (Justiça, Finanças e Administração) para a oposição.
Mais recentemente, dificuldades de articulação também atrasaram a aprovação de nomes indicados pelo Executivo, como o gestor de Fernando de Noronha, e na votação de pedidos de empréstimo.