Pepe Mujica morreu aos 89 anos, devido a um cancêr de esôfago. O ex-presidente levava uma vida simples e é considerado uma grande liderança da esquerda
por Clara Nilo
Publicado em 13/05/2025, às 18h29 - Atualizado às 18h50
Morreu aos 89 anos, na tarde desta terça-feira (13), o ex-presidente do Uruguai e símbolo da esquerda latinoamericana, Pepe Mujica. O político já estava em fase terminal devido a um câncer no esôfago - doença que havia tornado pública em 2024.
A notícia do falecimento foi confirmada pelo atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi. "É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso colega Pepe Mujica. Presidente, ativista, referência e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo", disse ele.
Mujica foi presidente do país entre 2010 e 2015, mas se manteve na vida pública e como senador até 2020, quando decidiu se afastar por problemas de saúde, durante a crise do COVID-19.
Ele deixou sua marca como um político que levava uma vida simples, sem apegos materiais e defensor dos trabalhadores e das classes marginalizadas. Em 1972, durante a ditatura militar vigente no Uruguai, Pepe Mujica foi preso por ser guerrilheiro do Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros.
O ex-presidente passou 14 anos preso e, após ser solto, decidiu entrar na vida política institucional, ,quando fundou o partido político Movimento de Participação Popular (MPP).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano passado, chegou a ir até o Uruguai visitar Mujica, com quem tinha uma relação próxima. Na ocasião, Lula chegou a condecorar o amigo com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a maior honraria brasileira.
O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento na data de hoje do ex-Presidente da República Oriental do Uruguai, José Alberto “Pepe” Mujica, aos 89 anos, em Montevidéu.
Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época. Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas.
O legado de “Pepe” Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações.
Neste momento de dor, o Governo brasileiro estende à viúva Lucía Topolansky e aos familiares do ex-Presidente, assim como ao governo e ao povo uruguaios, seus mais sentidos pêsames e expressões de solidariedade.