Lula sobre tarifaço de Trump: "espero que o presidente dos EUA reflita sobre a importância do Brasil"

Declaração foi dada durante inauguração de usina de gás no Rio. Lula reforçou que é preciso "colocar a divergência de lado e tentar resolver"

Clara Nilo

por Clara Nilo

Publicado em 29/07/2025, às 11h25 - Atualizado às 11h59

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teceu críticas a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A taxa entra em vigor na próxima quinta-feira (1). Segundo o governo brasileiro, a medida fere as boas práticas do comércio internacional e foi adotada de forma unilateral.

A declaração foi feita durante a inauguração de uma usina de gás natural no estado do Rio de Janeiro. Lula afirmou esperar que o presidente norte-americano, Donald Trump, “reflita sobre a importância do Brasil” e opte pelo diálogo ao invés de impor restrições abruptas.

"Eu espero que o presidente dos EUA reflita a importância do Brasil e resolva fazer aquilo que no mundo civilizado a gente faz. Tem divergência? Senta numa mesa, coloca a divergência de lado e vamos tentar resolver. E não de forma abrupta, individual, tomar a decisão de que vai multar, taxar o Brasil em 50%", disse Lula.

Durante o evento, o presidente também defendeu maior controle estatal sobre a exploração mineral no Brasil. Segundo ele, apenas 30% das riquezas do subsolo brasileiro foram mapeadas até hoje. Lula  informou que será criada uma “comissão ultraespecial” para conduzir esse levantamento.

"Se eu nem conheço esse mineral e ele já é crítico, eu vou pegar ele pra mim. Por que eu vou deixar para outro pegar?", afirmou, em referência ao interesse dos EUA em minerais estratégicos brasileiros.

Ele acrescentou que empresas privadas precisarão de autorização estatal para pesquisar e que a venda de áreas com minério não poderá ocorrer sem o aval do governo.

Comitiva brasileira tenta evitar tarifa nos EUA

Uma comitiva com oito senadores, de diferentes partidos, está nos Estados Unidos para tentar negociar alternativas à tarifa. A agenda inclui reuniões com parlamentares e empresários norte-americanos, mas ainda não há previsão de encontro com representantes da Casa Branca.

Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, também está nos EUA para atender a compromissos na Organização das Nações Unidas (ONU).