Presidido por João Campos, PSB quer eleger 25 deputados federais em 2026, retomar espaço perdido e ampliar presença em estados como Ceará e Minas
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 18/10/2025, às 08h39
PSB definiu meta de eleger 25 deputados federais nas eleições de 2026.
João Campos lidera articulações nacionais para atrair novos quadros.
Marina Silva é vista como possível nome estratégico em São Paulo.
Partido ampliou presença no Ceará e busca fortalecer base em Minas Gerais.
O PSB definiu como prioridade para as eleições de 2026 a ampliação de sua bancada na Câmara dos Deputados. A meta do partido, presidido nacionalmente pelo prefeito do Recife, João Campos, é aumentar a atual bancada, com 16 deputados federais, para ao menos 25 parlamentares.
A sigla vem reduzindo de tamanho desde 2018, quando chegou a contar com 32 cadeiras na Casa. A estratégia de fortalecimento está sendo conduzida por João Campos, que tem coordenado articulações nos estados para atrair lideranças regionais e nomes com potencial de votação.
Por se tratar de uma eleição proporcional, a sigla pretende lançar candidaturas competitivas em diferentes estados para ampliar o quociente eleitoral. Nesse modelo, o número de votos recebidos por todos os candidatos de um partido define quantas vagas ele terá direito a ocupar na Câmara.
Um dos nomes avaliados pela legenda como possível “puxadora de votos” é o da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, atualmente filiada à Rede Sustentabilidade. Ela tem domicílio eleitoral em São Paulo, e uma eventual filiação seria considerada estratégica para o PSB no maior colégio eleitoral do país, ao lado de Tábata Amaral.
Além das movimentações em São Paulo, o PSB aposta em Pernambuco, principal reduto e onde já tem cinco deputados federais, e Ceará, como pilares do crescimento pretendido pela legenda para 2026.
João Campos participou, em 3 de outubro, de um ato de filiação de sete prefeitos ao PSB no Ceará. Com as novas adesões, o partido passou a comandar 72 prefeituras das 184 no estado, o que representa cerca de 40% do total.
O evento, realizado em Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, contou com a presença de lideranças locais e nacionais, entre elas o senador Cid Gomes e o deputado federal Júnior Mano.
Durante o discurso, João Campos destacou que o avanço do partido no Ceará reflete uma atuação de base.
“Feliz com o trabalho que o PSB tem feito no Ceará. A gente chega à marca de 72 prefeitos num estado com 184 municípios, com um time pronto para fazer a maior bancada federal do Ceará, renovar uma cadeira no Senado e fortalecer a Assembleia Legislativa”, afirmou.
O prefeito do Recife já vinha intensificado articulações em outros estados antes mesmo de tomar posse como presidente nacional da legenda. Em 1º de maio, participou de um ato do PSB em Minas Gerais, onde não há deputados federais da legenda atualmente.
Durante o evento, João Campos convidou publicamente o deputado federal Diego Andrade (PSD) e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Tadeu Martins Leite (MDB), a se filiarem ao partido.
“Fica o convite do nosso partido para você vir para essas trincheiras e, se estiver pronto, disputar o mandato de governo do Estado”, afirmou Campos a Diego Andrade.
Em tom descontraído, o prefeito também fez aceno a Tadeu Leite. “Se é para fazer confusão, vamos fazer grande”, disse, provocando risos e aplausos.
Em entrevistas à Folha de S.Pauo, assim que foi eleito presidente nacional, João Campos defendeu que o partido busque uma frente mais ampla em 2026 e estreite o diálogo com grupos que tradicionalmente não orbitam a esquerda. Segundo ele, a legenda precisa combinar sua pauta histórica de justiça social com capacidade eleitoral e aproximação de setores diversos, inclusive do campo econômico.
“O PSB tem um nicho claro a ocupar. É preciso construir uma agenda que gere proximidade com as pessoas, mantendo nossos princípios, mas com força eleitoral”, afirmou. Campos também ressaltou que o partido buscará interlocução com segmentos moderados: “O ideal é formar a maior frente possível, com a esquerda puxando o centro para perto, e não o contrário.”