O ministro da Fazenda afirmou que, mesmo se os esforços não sejam suficientes para promover mudanças até 1º de agosto, "o diálogo continua"
por Clara Nilo
Publicado em 29/07/2025, às 14h34 - Atualizado às 15h15
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há expectativa de acontecer uma conversa direta entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump sobre as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelos Estados Unidos. A medida deve começar a valer na próxima quinta-feira (1).
Segundo o ministro, não há obstrução nos canais diplomáticos, mas o encontro requer preparação protocolar prévia.
"É papel nosso, dos ministros, justamente azeitar os canais para que a conversa, quando ocorrer, seja a mais dignificante e edificante possível. Tem que haver uma preparação antes, para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação, e não haja um sentimento de viralatismo, de subordinação", afirmou Haddad.
Além do ministro da Fazenda, o trabalho de articulação tem sido conduzido pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que está em Washington neste momento, e pelo vice-presidenteGeraldo Alckmin (PSB), que tem mantido contato direto com o setor produtivo e autoridades norte-americanas.
Haddad também defendeu uma mudança de postura nas relações internacionais: "[Temos que] virar um pouquinho a página da subserviência e, com muita humildade, nos colocar à mesa, mas respeitando os valores do nosso país", disse.
Uma comitiva com oito senadore está nos Estados Unidos para tentar negociar alternativas à tarifa. A agenda inclui reuniões com parlamentares e empresários norte-americanos.
"Alguns empresários estão fazendo chegar ao nosso conhecimento que estão encontrando maior abertura lá. Não sei se vai dar tempo até dia 1º, mas o diálogo continua", avaliou.
“O Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus trabalhadores e, ao mesmo tempo, se manter permanentemente numa mesa de negociação, buscando racionalidade, buscando respeito mútuo e estreitamento das relações”, concluiu Haddad.