Exclusivo: TCE expede nova cautelar que pode atrasar pacote de obras de Raquel Lyra

Conselheiro mandou anular licitação da Secretaria de Projetos Estratégicos de Pernambuco, que cuida do pacote de obras de Raquel Lyra

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 09/08/2024, às 06h24

Rodrigo Novaes, conselheiro do TCE, deu uma decisão monocrática sobre a licitação - Divulgação
Rodrigo Novaes, conselheiro do TCE, deu uma decisão monocrática sobre a licitação - Divulgação

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) emitiu mais uma cautelar sobre uma licitação do Governo de Pernambuco, desta vez, na Secretaria de Projetos Estratégicos de Pernambuco.

A decisão foi do conselheiro Rodrigo Novaes, do TCE, após denúncia de uma empresa sobre a fase de habilitação da licitação.

A licitação tinha como objeto a "prestação de serviços técnicos especializados nas áreas de engenharia e arquitetura com disponibilização de mão de obra, visando atender às necessidades da Secretaria de Projetos Estratégicos".

Segundo fontes no Governo, o Estado precisa de profissionais para acompanhar o novo pacote de novas obras que a governadora Raquel Lyra (PSDB) quer tocar com o dinheiro dos novos empréstimos. Daí esta licitação ser estratégica para a gestão estadual, que enfrenta um "apagão" de quadros técnicos, segundo a fonte.

A gestão estadual pretendia gastar R$ 30.868.539,72 apenas com técnicos para acompanhar, em nome do Governo, as obras que Raquel Lyra pretende lançar com os recursos do empréstimo.

A empresa denunciante alegou que foi desclassificada indevidamente. Segundo a decisão do TCE, a empresa "foi indevidamente desclassificada por não atender critérios de qualificação técnica contidos no Edital do certame".

A desclassificação da empresa, segundo o TCE, poderia ensejar suposto prejuízo ao erário. O TCE diz que a empresa "teve a proposta mais vantajosa do que a da empresa que foi declarada vencedora, perfazendo uma economia de R$ 323.635,84 anuais".

Segundo a decisão do TCE, o "Parecer da Gerência de Fiscalização em Licitações de Obras–GLIO atestou que a empresa Representante atende aos critérios de qualificação referente à experiência e capacidade técnica, pela qual foi inabilitada".

A ordem do TCE, ao final, foi para a gestão Raquel Lyra fazer a "anulação da decisão do julgamento pela inabilitação das empresas, bem como todos os atos posteriores".

O Governo do Estado também deverá, por ordem do TCE, fazer a "reanálise da habilitação das empresas, considerando os entendimentos já expostos no Parecer Técnico da Gerência de Fiscalização em Licitações de Obras – GLIO, promovendo as diligências que se fizerem necessárias para esclarecimento dos fatos, como determina a jurisprudência relativa à matéria".

A decisão é monocrática e ainda será analisada pela Segunda Câmara do TCE, composta por 3 conselheiros. Rodrigo Novaes assinou a decisão em 6 de agosto.

Fica aberto o espaço à Secretaria de Projetos Estratégicos, caso queira acrescentar informações.

Veja a nota da Secretaria de Projetos Estratégicos de Pernambuco

"A Secretaria de Projetos Estratégicos de Pernambuco (Sepe) esclarece que a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) não foi a de anular a licitação de contratação de empresa para prestação de serviços técnicos especializados nas áreas de engenharia e arquitetura.

Na verdade, o tribunal determinou, em medida cautelar, que a Secretaria de Administração (SAD) anulasse a decisão de impugnar uma das empresas concorrentes, atendendo a um recurso impetrado por ela junto ao órgão fiscalizador. Portanto, o processo licitatório continua a avançar normalmente, conforme os prazos originais estabelecidos.

A Sepe informa também que o secretário da pasta Rodrigo Ribeiro foi recebido nesta sexta (09) de manhã pelo conselheiro Rodrigo Novaes. Na reunião, o executivo esclareceu o posicionamento do governo em relação às empresas inabilitadas no processo. O conselheiro ouviu os argumentos e recebeu todo o material relativo ao trâmite, para avaliá-lo.

Por fim, é válido esclarecer que o Estado tem à sua disposição um quadro técnico competente, que está com os seus projetos em andamento. O edital em questão foi colocado para dar um reforço de mão de obra importante para a realização das obras estratégicas do governo".

@blogdojamildo