Eleições 2024: pré-candidato quer ser "primeiro vereador maconheiro" de Jaboatão

Pré-candidato para Câmara de Vereadores de Jaboatão dos Guararapes quer trazer o debate sobre o uso da maconha em cidade atualmente governada pela direita

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 08/07/2024, às 14h40

Pré-candidato Carlos Santos do PSOL disputa vaga na Câmara de Vereadores de Jaboatão e defende uso da maconha medicinal - Divulgação
Pré-candidato Carlos Santos do PSOL disputa vaga na Câmara de Vereadores de Jaboatão e defende uso da maconha medicinal - Divulgação

Após o Supremo Tribunal Federal (STF) descriminalizar o porte da maconha em até 40 gramas, enquanto o Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Drogas, o debate sobre o consumo de entorpecentes deve impactar as eleições municipais de 2024. 

Sobre isso, em Jaboatão dos Guararapes, o pré-candidato a vereador Carlos Santos (PSOL) afirma que planeja ser o "primeiro vereador maconheiro" do município.

Defesa do uso da maconha em Jaboatão

Apesar da frase forte, a ideia inicial de Carlos é, caso eleito, defender o uso da maconha medicinal na cidade, não só ao ampliar a discussão sobre o tema, mas também com projetos práticos. 

Para o site, o pré-candidato afirma que, na Câmara dos Vereadores, apresentaria como proposta sobre o uso do entorpecente "trazer para Jaboatão a maconha medicinal através do SUS", principalmente para o tratamento de pessoas neuroatípicas. 

Em Pernambuco, o Projeto de Lei do deputado estadual João Paulo (PT) publicado em abril já prevê o fornecimento gratuito de medicamentos e produtos vindos da Canábis nas Redes Públicas de Saúde Estaduais e Municipais do estado.

Ainda em fevereiro, a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) criou a Frente Parlamentar da Canábis Medicinal e do Cânhamo Industrial, coordenada por João Paulo. 

Segundo Carlos, a discussão sobre a maconha ainda é muito centrada em "preconceito e desinformação" e a flexibilização de seu uso em âmbito medicinal poderá proporcionar "um tratamento e uma qualidade de vida que fármacos comuns não oferecem". 

Debate gera polêmica

No outro lado do espectro político, o pré-candidato a vereador em Jaboatão, Sandro Tércio (PP) criticou em março deste ano a Segunda Marcha da Maconha promovida no município. 

Sandro afirma que foi usuário de drogas por 23 anos de sua vida e que a maconha foi a porta de entrada para outros entorpecentes mais fortes.

O pré-candidato pontuou que eventos como a Marcha da Maconha em Jaboatão "estimulam o consumo de drogas, atraindo principalmente os nossos jovens". 

Carlos Santos nega esse argumento que pontua como uma fala da "extrema-direita" para gerar "pânico moral" e afirma que diversos estudos vão contra essa teoria da maconha como uma iniciação para o vício em drogas mais violentas.

"Na verdade, é mais uma porta de saída, uma oportunidade para pessoas que já tentaram diversos tratamentos e não tiveram sucesso, e que têm encontrado no óleo de maconha uma forma de alívio ou cura", declara o pré-candidato. 

Com uma disputa de narrativas sobre esse assunto em âmbito nacional, apenas as eleições municipais de 2024 definirão em Jaboatão qual alinhamento os eleitores irão seguir na cidade. 

Acompanhe notícias de economia e política em jamildo.com, editado pelo jornalista Jamildo Melo, ex-titular do Blog de Jamildo do Jornal do Commercio (JC).

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