Eleições 2024: Enaltecendo Raquel, Daniel Coelho (PSD) rasga o verbo em críticas a João Campos

Confira detalhes da sabatina promovida pela Folha/Uol que recebeu o pré-candidato à Prefeitura do Recife, Daniel Coelho (PSD), nesta sexta-feira (5)

Yan Lucca

por Yan Lucca

Publicado em 05/07/2024, às 14h27

Daniel Coelho conta com longa trajetória na vida pública - Foto: Paulo Sergio / Câmara dos Deputados
Daniel Coelho conta com longa trajetória na vida pública - Foto: Paulo Sergio / Câmara dos Deputados

Nesta sexta-feira (5), Daniel Coelho (PSD), ex-secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, participou, enquanto pré-candidato à Prefeitura do Recife, da sabatina promovida pela Folha de São Paulo e pelo UOL.

A entrevista foi conduzida pelo apresentar Diego Sarza e contou com a participação dos jornalistas José Matheus Santos, correspondente da Folha no Recife, e Carlos Madeiro, do UOL.

Coelho, que também foi deputado federal por Pernambuco, iniciou a entrevista rebatendo a pesquisa divulgada pela AtlasIntel, onde o pré-candidato da atual governadora Raquel Lyra não teve bom desempenho.

"Eleição tem que ser sobre o povo. Sobre Maria, João, José que estão agora em casa sem ter o que comer, porque a gente tem um governo elitista que não pensa naqueles que mais precisam", frisou Daniel Coelho.

Questionado sobre o apoio dos caciques nacionais, o pré-candidato preferiu adotar a mesma estratégia de Raquel Lyra nas eleições ao governo, se distanciando da polarização. Disse, ainda, que não lhe cabe fazer oposição ao governo Lula e que, se eleito, governará alinhando com a governadora e com o presidente Lula da Silva (PT). Reconhecendo que seu partido, o PSD, é coligado ao governo Lula e conta com ministérios na gestão petista, Coelho comemorou poder contar com "aliados em Brasília".

"João Campos usa a prefeitura como trampolim político", afirma Coelho

Com duras críticas à João Campos, o pré-candidato falou sobre "a falta de definição e transparência" de João Campos se iria ser candidato em 2026 ao governo.

"Eu sou candidato para governar o Recife, não para ser candidato em 2026. Ficou muito nítido ontem [entrevista de João Campos] que o atual prefeito não teve coragem de dizer que vai governar até o fim. Ele é candidato fazendo trampolim para às eleições seguintes, está com toda sua equipe na rua dizendo que ele é candidato a governador, se movimentando neste sentido", completou o pré-candidato. "Apesar do debate ontem ter sido importante, deveria ter sido convidado o vice dele para fazer a discussão", ironizou.

Afirmando não querer se prender a espectros ideológicos, Daniel Coelho disse que sempre se definiu a frente das discussões sobre ser "de esquerda ou direita", assegurando não se ofender com nenhuma das duas posições quando atribuídas a ele.

Ainda com críticas à família Campos e Arraes, o candidato de Raquel chegou a comparar a gestão de João Paulo (PT) com a de João Campos (PSB) e disse que, embora com falhas, João Paulo foi melhor na gestão da cidade, com muitas entregas e "verdadeiras mudanças".

Sobre a popularidade baixa da governadora, Coelho disse que o processo democrático estabelece a urna como medida de aprovação ou reprovação. "A gente teve uma eleição, há um ano e meio, onde João Campos foi para rua, apoiou o seu candidato ao governo [Danilo Cabral] e ficou em quarto lugar na cidade do Recife, com uma votação pífia. No segundo turno, ele andou de mãos dadas com sua prima, Marília Arraes e teve uma votação pífia no segundo turno. Raquel teve uma expressiva votação", disse.

Promessa: No 1º dia da gestão, se eleito, Daniel promete fechar o Centro POP, no bairro de setúbal

O Centro POP, criado visando oferecer serviços e atividades de reintegração social a pessoas em vulnerabilidade e em situação de rua, foi duramente criticado por Daniel, que prometeu fechar o centro no primeiro dia de sua gestão, caso eleito. Esta é a primeira promessa de pré-campanha.

A justificativa usado pelo candidato de Raquel é que o centro POP aumentou o nível de população de rua no bairro de setúbal, gerando "incômodos e inconveniências" para a vizinhança do bairro. "É um verdadeiro caos", disse o pré-candidato.

Segurança Pública, ações preventivas, Carnaval e transporte público

Coelho defendeu o armamento da Guarda Municipal, criticando a demora da atual gestão em reconhecer essa necessidade apontada por ele e também se manteve favorável a implementação de Bodycams [Câmera Corporal], mas sem intimidar os agentes de segurança.

Afirmou, usando a história da 'Cigarra e a Formiga', que João Campos não investiu em ação preventiva para cidade do Recife e que "só esperou", como a formiga, as chuvas chegarem.

Coelho apontou os gastos da prefeitura do Recife no trabalho de promoção da imagem do atual chefe do executivo municipal, chegando a dizer que "João Campos era uma marca".

Sobre o transporte público, afirmou que a atual gestão não conhece a importância do transporte público e disse que já faz um estudo para implementar a tarifa zero na cidade do Recife, se eleito.

Discordando da linha de pensamento do pré-candidato Gilson Machado (PL), Coelho disse que não planeja reduzir o carnaval, mas sim, buscar investimentos de empresas privadas para viabilizar as operações culturais da cidade. "Eu tenho experiência em economizar dinheiro público", disse.

Diante dos números da recente pesquisa Datafolha, divulgadas durante a entrevista, Coelho afirmou que a corrida eleitoral está começando e que os recifenses terão tempo para conhecer suas propostas e pensamentos, demonstrando otimismo em relação ao pleito.

João Campos lidera a pesquisa com 75% das intenções de voto.

Jamildo.com é editado pelo jornalista Jamildo Melo, especializado em política e economia, que foi titular do blogdejamildo.com.br no Jornal do Commercio.

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