Débora Almeida vai à Justiça para anular entrada de Diogo Moraes no PSDB

Aliada de Raquel era líder da legenda do PSDB na Alepe, mas foi destituída pelo novo comando do partido, sob Alvaro Porto, para entrada de Diogo Moraes

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 19/08/2025, às 13h57 - Atualizado às 14h38

Deputada Débora Almeida, aliada da governadora, foi afastada da liderança pelo novo comando do PSDB - Divulgação
Deputada Débora Almeida, aliada da governadora, foi afastada da liderança pelo novo comando do PSDB - Divulgação

A deputada estadual Débora Almeida ingressou com mandado de segurança no Poder Judiciário para anular a reunião realizada pela Comissão de Intervenção do PSDB na última segunda-feira (18).

No encontro, a parlamentar — mais votada do partido nas últimas eleições — foi comunicada, de forma unilateral, da sua destituição da liderança da legenda e da entrada do deputado estadual Diogo Moraes (PSB) no PSDB. Na mesma jogada, Diogo Moraes foi indicado como presidente da CPI aberta pela Alepe pela oposição.

A deputada reclamou que o parlamentar teve seu voto computado mesmo sem estar presente na reunião.

"Além dessa irregularidade, o mandado de segurança também aponta a ausência do prazo regimental mínimo para convocação da reunião, já que a convocação ocorreu na sexta-feira anterior, às 22h, quando o estatuto prevê antecedência mínima de dez dias", observa, em informe ao site Jamildo.com.

O documento ressalta ainda que, de acordo com o Estatuto do PSDB, apenas filiados com no mínimo seis meses de filiação podem votar e ser votados — prazo reduzido para 30 dias apenas nos casos de titulares de mandato eletivo —, requisito que não teria sido cumprido por Diogo Moraes.

Debora também disse na Alepe que até a meia noite do dia anterior Digo estava no TRE como filiado ao PSB.

Na sessão de instalação, a deputada Dani Portela leu o regimento interno da Alepe e disse que, pelo documento, o que vale é ofício apresentado a mesa diretora. Diogo logo depois apresentou o certificado dele como filiado ao PSDB.

No lado da situação, também se comentou que o PSB não estava para brincadeira. "O partido teve disposição de tirar três deputados pra fazer maioria numa CPI, mesmo com os deputados sabendo do risco de judicialização contra seus mandatos... Foi uma aposta muito alta", afirmou um governista.

A mais nova polêmica pode ser incluída na conta da guerra do deputado estadual Álvaro Porto com a governadora Raquel Lyra. Ela saiu do PSDB e foi para o PSD, abrindo a possibilidade de que o partido fosse para as mãos da oposição, com Álvaro Porto no comando. A vice-governadora Priscila Krause tentou comandar o partido, mas o comando nacional fechou com o grupo de Álvaro Porto, que prometeu turbinar o partido.

Com origens no Agreste, Débora Almeida é uma das mais próximas aliadas da governadora. Elegeu-se pelo PSDB ao lado da ex-prefeita de Caruaru. Já Diogo Moraes é grato ao presidente da Alepe por ter feito uma movimentação para que ele voltasse à Casa Legislativa, com a ida do deputado para o TCE. Ele havia ficado na primeira suplência e ganhou o mandato em definitivo com a solução. São aliados ainda no Agreste.