Câmaras municipais de diferentes regiões do País estão realizando homenagens concedendo títulos de cidadão honorário ao ex-presidente Bolsonaro.
por Ana Luiza Melo
Publicado em 18/04/2025, às 15h35 - Atualizado às 16h05
Por Jamildo Melo, no quadro Fala, Jamildo! Na CBN Recife
Definitivamente, o projeto de anistia aos bolsonaristas presos em 8 de janeiro é o tema da vez entre os políticos neste momento. A anistia é o ato de conceder perdão ou absolvição, geralmente em um contexto político ou jurídico.
Câmaras municipais de diferentes regiões do País estão sendo usadas para conceder títulos de cidadão honorário ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma clara tentativa de dar palanque político a ele.
Aparecida de Goiânia (GO), Apucarana (PR), Bauru (SP), Carpina (PE), Ribeirão Preto (SP), São Bernardo do Campo (SP), Santo André (SP), Vitória de Santo Antão e Olinda (ambas em PE) são exemplos de cidades que aprovaram requerimentos para títulos de cidadão ao ex-presidente, agora denunciado.
Em capitais como São Paulo (SP) e Natal (RN), há projetos semelhantes em tramitação. Na capital potiguar, a proposta apresentada em março tem gerado protestos de movimentos sociais e enfrentado resistência de setores progressistas.
A vereadora de Olinda Eugênia Lima (PT) criticou a articulação nacional da extrema-direita para manter Jair Bolsonaro em evidência, considerando as graves denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre tentativa de golpe de Estado.
"A extrema-direita quer transformar Bolsonaro em cidadão honorário em diversas cidades. Isso não é homenagem, é palanque", critica.
Em sua cidade, Eugênia foi a única a votar contra a concessão do título. O requerimento foi aprovado com o apoio dos 14 vereadores da base da prefeita Mirella Almeida, do PSD, partido do ministro André de Paula.
Na outra ponta do cabo de guerra, a ideia que se busca vender é que Justiça não pode ser confundida com vingança. O presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, disse acreditar que está se instalando um clima de tensão cada vez maior no país.
"A democracia não se fortalece com vingança e punições. O país anda a passos lentos e o governo se equilibrando em pautas que ninguém percebe qual é", declarou. Para Ferreira, é "hora de desarmar os ânimos e caminhar em busca de uma reconciliação nacional, e não estimular a divisão nacional".
Nesse contexto, Anderson Ferreira diz que o ponto central é a perseguição ao ex-presidente Bolsonaro e defende que a anistia deve ocorrer para reparar erros e excessos.
A época do ano parece mesmo ideal para esse tipo de discussão? A Páscoa, especialmente no contexto cristão, celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Ela representa perdão, redenção e renovação espiritual.
Historicamente, em algumas culturas e tradições, períodos religiosos como a Páscoa têm sido momentos propícios para reflexões sobre reconciliação e perdão, incluindo a concessão de anistias.
Em nome da democracia, será que vale a pena esquecer o Deus vingativo do Velho Testamento?