Com quase 3 milhões de seguidores, João Campos se popularizou por usar as redes sociais como arma política. Miguel disputa Senado com diversos nomes
por Cynara Maíra
Publicado em 09/07/2025, às 09h10 - Atualizado às 09h53
De olho em uma das duas vagas ao Senado por Pernambuco em 2026, Miguel Coelho (União Brasil) tem apostado na comunicação digital como aliada para impulsionar sua pré-candidatura.
A estratégia, inspirada no modelo adotado por João Campos (PSB), mira ampliar a visibilidade de Miguel fora do Sertão e disputar espaço com outros nomes competitivos, como Eduardo da Fonte (PP), Humberto Costa (PT), Marília Arraes (Solidariedade) e Silvio Costa Filho (Republicanos)
Em vídeo publicado na terça-feira (08), Miguel se responde qual seria a função de um senador e cobra atuação mais efetiva dos atuais representantes de Pernambuco no Senado.
"Cada senador tem direito, por ano, a cerca de R$ 70 milhões em emendas. E o que os nossos senadores estão fazendo? Em que cidades esse dinheiro foi investido?", questiona. Na sequência, afirma: “Temos todas as credenciais para assumir uma vaga no Senado para fazer a diferença na vida de quem mais precisa”.
A movimentação ocorre no mesmo momento em que o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, afirmou que o partido “não abre mão” da candidatura de Miguel.
A declaração foi vista como resposta direta ao avanço de Eduardo da Fonte, que também pleiteia a mesma vaga e tem o respaldo da cúpula nacional do PP, incluindo o senador Ciro Nogueira.
Com a criação da federação União Progressista (UB + PP), Miguel e Da Fonte passam a integrar a mesma estrutura partidária.
Ainda assim, a convivência entre os dois grupos é marcada por tensões e conflitos nos apoios de cada legenda em Pernambuco. Enquanto Eduardo da Fonte mantém aliança com a governadora Raquel Lyra (PSD), Miguel se mantém no palanque de João Campos, a quem pode apoiar em uma eventual chapa estadual.
A presença de João em Petrolina, durante a abertura do São João no mês passado, foi lida como gesto de aproximação com o grupo Coelho. O evento contou com nomes de peso do União Brasil, como Davi Alcolumbre e Antonio Rueda, além do prefeito Simão Durando, sucessor de Miguel.
Na tentativa de ampliar seu alcance para além do interior, Miguel tem intensificado sua produção de conteúdo nas redes sociais, destacando feitos enquanto prefeito de Petrolina, críticas à atuação parlamentar dos senadores e promessas de independência ideológica.
A aposta no formato curto, direto e visual se assemelha ao caminho feito por João Campos, que acumula quase 3 milhões de seguidores no Instagram e utiliza seus perfis como extensão de sua agenda política.
Para o ex-prefeito, a atuação no Senado precisa ser mais ativa e menos burocrática. Em entrevista ao PodJá – O Podcast do Jamildo, Miguel reafirmou a intenção de disputar o Senado e cobrou coragem para enfrentar temas como a crise da Compesa e a situação do Metrô do Recife, que, segundo ele, sofrem com abandono e falta de gestão.
"Cabe uma voz mais altiva, prudente, mas afirmativa, que não fique refém de ideologias ou governos", disse. Também afirmou que não deseja ser vice em nenhuma composição, deixando claro que buscará protagonismo na federação e nas articulações para 2026.
Confira o Podcast com Miguel Coelho: