50% dos brasileiros diz que preço da picanha aumentou desde posse de Lula e saída de Bolsonaro, diz pesquisa

Pesquisa questionou brasileiros sobre aumento dos preços e questionou situação da picanha e cerveja. Lula afirmou que valores reduziriam em sua gestão

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 30/06/2025, às 11h00 - Atualizado às 11h40

Maioria das pessoas consideram que picanha aumentou desde o início do Governo Lula 3 - Ricardo Stuckert/PR
Maioria das pessoas consideram que picanha aumentou desde o início do Governo Lula 3 - Ricardo Stuckert/PR

Uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas em junho de 2025 aponta que 50% dos brasileiros acreditam que o preço da picanha está mais alto atualmente do que durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O dado está vinculado com uma fala do presidente Lula (PT) durante seu período de campanha acabou virando uma promessa de campanha. Na época, o então candidato afirmou que "o povo tem que voltar a comer um churrasquinho, comer uma picanha e tomar uma cervejinha". 

A pesquisa também revelou que 71,4% dos entrevistados perceberam aumento geral nos preços dos supermercados desde o início do atual governo, enquanto apenas 9,4% acreditam que os preços caíram. Outros 17,2% disseram que os valores permaneceram estáveis e 2,1% não souberam opinar.

Picanha e comparação entre governos

Ao serem questionados diretamente sobre o preço da picanha em comparação ao período anterior, 33,2% afirmaram que está "muito mais alto" e outros 16,8% disseram que está "um pouco mais alto". Apenas 17,9% notaram alguma queda, sendo 14,1% apontando redução "um pouco mais baixa" e 3,8%, "muito mais baixa". Para 21,7%, os preços se mantêm iguais.

Entre os mais jovens (16 a 24 anos), a percepção de aumento foi mais branda. Apenas 18,1% consideram que o valor está "muito mais alto", enquanto 28,2% avaliam que está "um pouco mais alto". Já nas regiões Norte e Centro-Oeste, 40,2% enxergam a carne como "muito mais cara", o maior índice regional.

Cerveja e picanha seguem distantes da mesa, segundo a maioria

Apesar das promessas de campanha, 67,1% dos entrevistados não acreditam que, até o fim do mandato de Lula, os brasileiros terão mais facilidade para comprar picanha e cerveja. O índice, embora alto, oscilou para baixo em relação ao levantamento anterior, realizado em abril de 2025, quando era de 68,4%.

A confiança, embora minoritária, cresceu: 26,3% acreditam que será possível consumir esses produtos com mais frequência nos próximos anos.

A esperança é mais visível entre pessoas com 60 anos ou mais (37,9%) e nas regiões do Nordeste (33,9%). Já os mais pessimistas estão na faixa de 25 a 34 anos, em que 75,5% rejeitam a ideia de um alívio no custo desses itens.

Percepção geral de inflação continua elevada

O levantamento também mostra que, entre janeiro de 2024 e junho de 2025, a percepção de que os preços aumentaram nos supermercados subiu de 48,4% para 71,4%. O pico ocorreu em abril deste ano, com 73,7%.

A crença em queda nos preços, que em janeiro do ano passado era de 27,1%, caiu para 9,4% na pesquisa atual.

A região Sul é a mais crítica quanto ao aumento de preços (77,9%), seguida do Sudeste (76,1%). O Nordeste, por outro lado, apresenta menor percepção de alta (60,4%) e maior percentual de entrevistados que notaram queda (13,0%).

Sobre a pesquisa

O levantamento ouviu 2.020 eleitores entre os dias 18 e 22 de junho de 2025, em 162 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com 95% de grau de confiança.