Mais de 3 milhões de beneficiários foram ressarcidos; operação federal expôs novas fraudes em entidades sindicais
por Clara Nilo
Publicado em 21/10/2025, às 15h10 - Atualizado às 15h43
O Governo Federal concluiu a devolução de R$ 2,1 bilhões a 3,1 milhões de aposentados e pensionistas que foram vítimas de descontos indevidos em benefícios do INSS. A medida, conduzida sob determinação foi articulada após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, em abril deste ano.
As restituições são realizadas diretamente na conta dos beneficiários, com correção pela inflação (IPCA) e sem necessidade de ação judicial.
O Palácio do Planalto afirmou que a devolução representa um "compromisso direto do governo Lula com a reparação e a proteção dos aposentados”.
O Ministério da Previdência Social também anunciou novas medidas de monitoramento digital para impedir a repetição de fraudes, com integração entre as bases de dados do INSS, da Caixa Econômica e do Banco do Brasil.
Em nota, o INSS revelou ter identificado um novo tipo de fraude, no qual ao menos seis entidades utilizaram softwares para falsificar assinaturas de aposentados nas respostas às contestações. Em outros casos, as entidades enviaram gravações de áudio, que não têm validade jurídica.
“Essas pessoas também estão sendo incluídas, são vítimas do que chamamos de ‘fraude da fraude’. Nós prometemos que ninguém ficaria de fora e estamos cumprindo”, afirmou o presidente do INSS, Gilberto Waller.
Os beneficiários que tiveram descontos entre março de 2020 e março de 2025 podem aderir ao acordo de ressarcimento, inclusive aqueles que têm ações na Justiça, desde que desistam do processo. A adesão é feita pelo aplicativo Meu INSS ou presencialmente nos Correios.
O prazo para contestar descontos indevidos segue aberto até 14 de novembro, com a adesão ao acordo permanecendo disponível posteriormente para quem ainda não foi incluído na devolução.