Trabalhadores realizam ato contra concessão da Compesa nesta quarta

Trabalhadores não aceitam projeto de concessão da Compesa e realizam protesto. Estado busca universalização dos serviços com ajuda de empresas

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 04/08/2025, às 18h25 - Atualizado às 18h44

Raquel Lyra enviou para consulta pública a possibilidade realizar concessão da Compesa - divulgação
Raquel Lyra enviou para consulta pública a possibilidade realizar concessão da Compesa - divulgação

O Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb/PE) realizará um ato de protesto contra a concessão da Compesa nesta quarta-feira (6), às 9h, em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Eles se apresentam como representantes dos mais de 2500 trabalhadores da Compesa

O Sindurb/PE promete ocupar a frente da Alepe junto a movimentos sociais e sociedade civil, com carro de som, faixas e apitaço, para alertar a população sobre a iniciativa do governo do Estado.

"Haverá retrocesso com a concessão para o povo pernambucano, com aumento do valor da conta, mais dificuldade no acesso à água e a precarização de um serviço que já vem em andamento para dar discurso a este processo", avaliam.

A categoria fará entrega de carta às deputadas e aos deputados da Alepe, contestando a proposta do Governo estadual e aponta inúmeras irregularidades que camuflam uma privatização.

Segundo a entidade, na prática, a Compesa ficará com os serviços mais caros (captação e tratamento de água e a expansão da rede de distribuição), e a iniciativa privada com as áreas mais rentáveis e estruturadas, por 35 anos.

O Sindurb/PE protocolou, no dia 15 de julho, uma denúncia formal no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) e no Ministério Público de Pernambuco (MP-PE), e aguarda judicialização do caso em corrida contra o tempo, já que a última etapa do processo está prevista para o mês de setembro.

O Governo de Pernambuco está avançando na concessão parcial dos serviços da Compesa, com foco na distribuição de água e coleta de esgoto. Segundo informações exclusivas do Jamildo.com, o projeto foi aprovado em assembleia pelas microrregiões de água e esgoto, mesmo diante de protestos de trabalhadores da estatal.

No modelo de concessão parcial, a Compesa continuará responsável pela captação e tratamento da água, enquanto a iniciativa privada assumirá a distribuição e o esgotamento sanitário.

O investimento previsto soma R$ 18,9 bilhões ao longo de 35 anos, com 80% aplicados nos primeiros cinco anos em áreas vulneráveis.