Cidade do Recife lança licitação para economia de mais de R$ 8 milhões com créditos de energia solar
por Jamildo Melo
Publicado em 10/12/2025, às 11h09 - Atualizado às 11h21
A Prefeitura do Recife vai substituir toda a energia de baixa tensão dos prédios públicos por energia solar, sem investimento inicial, por meio de licitação para contratar uma geradora fotovoltaica.
A iniciativa deve gerar economia anual superior a R$ 8,7 milhões e movimentar cerca de R$ 34,5 milhões em créditos de energia.
O modelo garante previsibilidade orçamentária, já que a empresa contratada cuidará de instalação, operação e manutenção.
Ambientalmente, o projeto reforça o Plano Local de Ação Climática, evitando a emissão de 1.000 toneladas de CO₂ por ano.
Os créditos solares, regulamentados pela Aneel, serão abatidos diretamente nas faturas dos prédios públicos.
A Prefeitura do Recife vai se tornar uma das primeiras capitais do Brasil a migrar 100% da energia de baixa tensão de prédios públicos para energia solar, em um movimento que combina sustentabilidade, economia e modernização da gestão energética.
Segundo informou a PCR ao site Jamildo.com, a medida deve gerar uma economia direta superior a R$ 8,7 milhões por ano, resultado de um desconto mínimo de 25,35% sobre a tarifa vigente, em uma operação que deve movimentar aproximadamente R$ 34,5 milhões anuais em créditos de energia.
O edital de licitação para contratação da empresa geradora de energia fotovoltaica será publicado nesta quinta-feira (11) no Diário Oficial do Município. Segundo a Controladoria Geral do Município (CGM), responsável pelo projeto, a iniciativa coloca o Recife em posição de destaque nacional na adoção de energia limpa no setor público.
De acordo com o controlador-geral do município, Severino Andrade, a transição energética une responsabilidade fiscal, eficiência e compromisso ambiental. O modelo adotado dispensa qualquer investimento inicial por parte da administração municipal: não será necessário comprar painéis solares nem executar obras. Toda a instalação, operação e manutenção ficará a cargo da empresa vencedora da licitação, dentro da modalidade de geração distribuída como serviço.
Para o município, isso significa viabilidade econômica imediata, previsibilidade orçamentária e eliminação de riscos operacionais, já que o pagamento será feito apenas pela energia compensada diretamente na fatura.
A iniciativa está alinhada ao Plano Local de Ação Climática (PLAC) e às metas de descarbonização do Recife. A energia a ser contratada deve evitar a emissão de 1.000 toneladas de CO₂ por ano, reforçando a adoção de uma matriz energética limpa, silenciosa e integrada ao ambiente urbano. O Recife é uma das capitais brasileiras com maior índice de radiação solar, favorecendo a expansão desse tipo de solução.
Regulamentado pela Aneel, o sistema de créditos de energia funciona como uma espécie de conta corrente energética. A eletricidade produzida pela usina fotovoltaica é injetada na rede da distribuidora e convertida em créditos virtuais. Esses créditos são utilizados para abater automaticamente o consumo dos prédios públicos, sem necessidade de conexão física direta entre a usina e cada unidade consumidora.
Com o novo modelo, o Recife se aproxima de um marco importante: reduzir custos, modernizar a gestão pública e fortalecer sua agenda de sustentabilidade com impacto mensurável e permanente.