Vereadora diz que PPA e LOA de Olinda priorizam propaganda institucional e deixam de lado transparência, participação popular e políticas sociais
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 04/11/2025, às 14h23
Eugênia Lima (PT) criticou o PPA e a LOA enviados pela Prefeitura de Olinda à Câmara.
Parlamentar apontou falta de transparência e baixo investimento em participação popular.
Plano prevê R$ 11 milhões para comunicação e apenas R$ 11 mil para gestão participativa.
Vereadora também questionou ausência de dados técnicos e valores reduzidos para políticas sociais.
A vereadora Eugênia Lima (PT) criticou o Plano Plurianual (PPA) 2026-2029 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) enviados pela Prefeitura de Olinda à Câmara de Vereadores. Segundo ela, as peças orçamentárias demonstram baixa transparência, pouca participação popular e desequilíbrio na alocação dos recursos públicos.
O orçamento global projetado pelo Executivo é de R$ 1,31 bilhão, mas, de acordo com a parlamentar, a forma como os valores foram distribuídos não reflete as necessidades da população.
“O que se vê é um orçamento desrespeitoso com o povo olindense, construído sem base em dados e sem relação com as metas colocadas”, afirmou Eugênia.
De acordo com a vereadora, o plano destina apenas R$ 11,5 mil à Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Popular durante os quatro anos de vigência do PPA. “Estamos falando de menos de três mil reais por ano para fomentar a participação da sociedade na construção das políticas públicas. É como se a gestão dissesse que ouvir o povo não tem importância”, criticou.
Eugênia também apontou que não há metas voltadas à modernização do site da Prefeitura, o que, segundo ela, compromete o cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI).
“Não há previsão de investimento para melhorar o portal, a transparência ou o acesso da população aos dados públicos”, disse.
Eugênia destacou que ações de comunicação institucional devem contar com R$ 11 milhões, incluindo 6.640 postagens nas redes sociais, ao custo médio de R$ 1,7 mil por publicação.
“Enquanto a transparência e a participação popular são praticamente ignoradas, a gestão reserva milhões para propaganda. Isso mostra qual é a real prioridade do governo Mirella”, afirmou.
Eugênia também cobrou a inclusão de indicadores socioeconômicos no PPA, como dados de renda, emprego e educação, que, segundo ela, são essenciais para avaliar o caráter estratégico do planejamento.
A vereadora ainda chamou atenção para valores considerados insuficientes em políticas sociais. Citou os R$ 780 mil destinados aos Conselhos Tutelares, equivalentes a pouco mais de R$ 5 mil por mês para cada unidade, e os R$ 634 mil previstos para a Secretaria da Mulher, o que representa cerca de R$ 0,83 por mulher no município.
Na área cultural, Eugênia classificou como “distorção” a diferença entre os R$ 84,8 milhões destinados ao Carnaval e os R$ 40 mil anuais previstos para os demais ciclos culturais e religiosos.