Percepção sobre rumo da economia tem melhora, mas 60% ainda indicam que a economia está parada ou em retrocesso, segundo pesquisa Pulso Brasil do IPESPE
por Ana Luiza Melo
Publicado em 29/09/2025, às 13h22
A percepção dos brasileiros sobre o rumo da economia apresentou uma melhora em setembro de 2025, de acordo com a pesquisa mais recente Pulso Brasil do IPESPE.
O levantamento "Rumo da Economia e Percepção do Crescimento do País" realizado entre 19 e 22 de setembro de 2025 com 2.500 entrevistados, indicou que a parcela da população que considera a economia no "caminho certo" subiu de 37% em julho para 40% em setembro.
Paralelamente, a percepção de que a economia está no "caminho errado" diminuiu de 58% para 54% no mesmo período.
Essa movimentação resultou em um recuo significativo no saldo negativo, que passou de -21 em julho para -14 em setembro.
Apesar da melhora na confiança, a pesquisa IPESPE revela que a percepção sobre o crescimento da economia brasileira ainda é majoritariamente cautelosa.
O contingente que acredita que a economia está "crescendo" aumentou de 35% para 38% de julho para setembro, superando o grupo que enxerga retrocesso, que caiu de 39% para 36%.
No entanto, ao somar as respostas negativas ou neutras, verifica-se que 60% dos entrevistados acreditam que a Economia do país está "andando para trás" (36%) ou está "parada" (24%).
A análise dos dados por classe social indica que a classe média se mantém como o segmento mais pessimista em relação ao rumo da economia, com 56% classificando-o como "errado".
O olhar mais otimista sobre o crescimento ("crescendo") é observado nos extremos, sendo maior entre os mais pobres (40%) e os ricos (43%), em comparação com a classe média (37%).
O consultor Antonio Lavareda, citado no relatório, afirma que "o debate sobre a economia terá centralidade na eleição do próximo ano. Para ganhar a eleição o Governo precisará fazer um grande esforço para que a leitura negativa não se consolide antes mesmo da campanha".
O IPESPE também segmentou os resultados por ideologia, evidenciando uma "leitura simetricamente oposta". Enquanto 88% dos entrevistados que se identificam com a esquerda veem a economia no "caminho certo", apenas 8% dos que se declaram de direita compartilham dessa visão.
Lavareda também comentou sobre a disputa de narrativas. "Esquerda e direita têm leituras simetricamente opostas nessa questão. A disputa de narrativas deve se dar no eleitorado do centro", afirmou. Confira, na íntegra, a pesquisa citada aqui.