Bancos esperam inflação um pouco maior em 2025

Números da Febraban mostram cautela dos bancos, que esperam inflação um pouco maior em 2025, mas ainda abaixo da meta do governo Federal

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 17/02/2025, às 14h23

Preço dos alimentos, mais caros, ajudaram a afundar a popularidade do presidente Lula - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Preço dos alimentos, mais caros, ajudaram a afundar a popularidade do presidente Lula - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban é realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste e do próximo ano.

A pesquisa reflete a piora do cenário econômico, com expectativa de uma inflação maior, e consequentemente, juros mais altos também ao longo do ano.

Inflação

Quanto à inflação, pouco menos da metade (47,6%) entende que a inflação deve ficar próxima a 5,5% (atual consenso do mercado). Entretanto, um terço dos analistas consultados já esperam uma inflação próxima (ou acima) de 6% neste ano.

PIB

Com relação à atividade, pouco mais da metade (52,4%) dos participantes seguem projetando alta do PIB em torno de 2,0% em 2025, próximo ao captado na pesquisa anterior (50,0%). No entanto, o viés é de baixa, com um aumento na parcela dos que preveem uma desaceleração maior, que passou de 27,8% na pesquisa anterior para 33,3% na atual.

FED

Nos EUA, a grande maioria dos entrevistados (71,4%) esperam reduções modestas (1 ou 2 cortes de 0,25 pp) dos juros neste ano. O restante (28,6%) espera que os juros permaneçam no patamar atual, não descartando alta dos Fed Funds em 2025.

Selic

A pesquisa mostra que a grande maioria dos entrevistados (76,2%) esperam que a taxa Selic suba além de 14,25% aa neste ano e que não haja o início do ciclo de cortes em 2025. Como comparação, na pesquisa de dezembro passado, apenas 47,4% haviam escolhido esta opção, ilustrando visão menos positiva do cenário desde então.

Neste contexto, a expectativa para os juros voltou a se elevar ante a pesquisa anterior. Agora, a mediana para a Selic prevê alta até 15,25% ao ano em junho de 2025, permanecendo neste patamar ao menos até setembro.

Crédito para as famílias

A pesquisa também coletou as primeiras projeções para a expansão do crédito em 2026. A média das projeções indica que o movimento de desaceleração do crédito deve continuar, com expansão esperada de 7,7% no ano que vem.

Para a carteira de crédito direcionado, a expansão esperada atingiu 9,0%, com queda de 0,7 pp da pesquisa anterior. Essa reavaliação foi puxada pelo crédito direcionado destinado às famílias, que saiu de uma alta de 9,8% para 8,9%.

No geral, para as empresas, a projeção ficou em 7,1%, ante a uma expectativa anterior que era de crescimento de 7,8%, enquanto, para as famílias, a expansão esperada passou de um crescimento de 9,1% para 8,6%.