Pernambuco tem mais de 1 milhão de moradores em áreas de urbanização precária, diz IBGE

IBGE mostra precariedade urbana em 849 favelas de Pernambuco, onde mais de 1 milhão de moradores vivem com baixa oferta de serviços urbanos

Plantão Jamildo.com

por Plantão Jamildo.com

Publicado em 05/12/2025, às 13h03

Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Pernambuco é o terceiro estado com mais favelas e reúne 849 áreas classificadas pelo IBGE.

Estudo aponta falta de arborização, drenagem, pavimentação e acessibilidade.

Cerca de 12% da população vive em domicílios com infraestrutura urbana limitada.

IBGE destaca insegurança jurídica e ausência de serviços públicos nesses territórios.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que milhares de moradores de favelas e comunidades urbanas em Pernambuco vivem em áreas com baixa urbanização e oferta insuficiente de serviços públicos básicos. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (5), indicam que as condições estruturais desses territórios afetam tanto o cotidiano das famílias quanto a atuação do poder público em situações de risco.

O estado aparece como o terceiro do país com maior número de favelas e comunidades urbanas, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, Pernambuco concentra 849 áreas classificadas pelo IBGE nessa categoria, somando 474.809 domicílios distribuídos da Região Metropolitana do Recife ao Sertão. Segundo o instituto, cerca de 12% da população pernambucana vive nesses locais, mais de um milhão de pessoas — contingente superior ao da cidade de Maceió.

A pesquisa aponta que a maioria dessas áreas carece de infraestrutura urbana mínima. Sete em cada dez moradores vivem em ruas sem arborização. No Recife, apenas um quarto da população desses territórios reside em vias com árvores. O levantamento identificou também que mais de 60% das favelas do estado não possuem bueiros ou bocas de lobo, o que aumenta a exposição a alagamentos, enchentes e agravos à saúde.

Outros indicadores reforçam a carência de intervenções estruturais. Em 99% dos casos, não há rotas sinalizadas para bicicletas no entorno. A pavimentação é inexistente em 34% dessas áreas e, em seis de cada dez favelas, os moradores não têm acesso a calçadas ou passeios adequados. No transporte público, 95% dos domicílios não contam com pontos de ônibus ou vans próximos.

De acordo com o IBGE, esses territórios são caracterizados pela predominância de domicílios com alto grau de insegurança jurídica, oferta incompleta de serviços públicos e presença de áreas sujeitas a risco ambiental. Sem políticas habitacionais e de urbanização consistentes, o levantamento indica que o padrão de precariedade persiste e compromete a integração plena desses espaços às cidades pernambucanas.