Muro de Maracaípe: MPPE recomenda que contenção seja derrubada

CPRH afirmou ao site que só retomará a demolição do muro de contenção no Pontal de Maracaípe após decisão judicial

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 25/01/2025, às 14h27

Muro erguido no Pontal de Maracaípe - 📸 Ibama
Muro erguido no Pontal de Maracaípe - 📸 Ibama

Na sexta-feira (24), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou a recomendação para que o muro de contenção no Pontal de Maracaípe fosse demolido. 

O MPPE indicou essa recomendação com base em relatórios técnicos que o muro traria riscos ambientais na estrutura da fauna, flora e dinâmica costeira local.

Além da remoção do muro, o MPPE exige que os proprietários do terreno retirem de forma adequada todos os materiais utilizados na construção, como sacos de ráfia e arames farpados a partir das orientações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da CPRH.

A recomendação ocorre após o muro ser reconstruído no mesmo dia de ser derrubado parcialmente. 

A recomendação inclui:

  • Proibição de qualquer nova construção ou instalação similar na área costeira sem a devida autorização ambiental
  • Adoção de medidas para restaurar o ecossistema local
    • Recuperação da vegetação de restinga e das áreas de desova de tartarugas marinhas, com supervisão dos órgãos ambientais competentes.

A instalação de muros em áreas costeiras deve ser uma medida excepcional, justificável apenas diante de estudos que comprovem risco iminente às populações ou a bens públicos de relevante interesse ambiental, o que não se aplica a este caso”, afirmou a promotora de Justiça Clarissa Dantas Bastos.

Indicações do Ibama e CPRH

De acordo com o relatório do Ibama, o muro foi construído em desacordo com as licenças ambientais expedidas, causando prejuízos à biodiversidade e à dinâmica costeira.

Milhares de sacos de ráfia utilizados na estrutura estão se deteriorando, gerando poluição significativa e impactando áreas sensíveis, como as de desova de tartarugas marinhas e a vegetação de restinga”, apontou a promotora.

Segundo a CPRH, o muro também obstruiu o acesso público à praia, violando o artigo 10 da Lei nº 7.661/1988, que garante o livre acesso às praias.

Questões judiciais

O caso ainda está em análise na Justiça Federal em Pernambuco, que está julgando conjuntamente dois processos relacionados ao muro: um pela sua derrubada e outro pela sua reconstrução.

Os proprietários têm 15 dias para informar ao MPPE sobre as medidas adotadas, apresentando documentação que comprove as ações realizadas.

Para o Jamildo.com, a CPRH afirmou que só continuará a demolição após uma decisão judicial.

@blogdojamildo