No Cabo, Lula Cabral diz que saúde tem quase R$ 20 milhões em dívidas, falta de pessoal, ambulâncias e equipamentos sucateados
por Jamildo Melo
Publicado em 22/01/2025, às 14h24
O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, anunciou hoje a formação de uma força-tarefa na Saúde do município para resolver a situação de caos que afirma ter encontrado no sistema municipal.
Ele apontou contratos vencidos, dívidas milionárias, falta de insumos básicos e medicamentos, quadro de pessoal deficitário, unidades com problemas estruturais graves e equipamentos sucateados, como alguns dos problemas deixados pela gestão anterior, impactando o atendimento à população.
A ação faz parte do que chamou de choque de gestão implantado pelo prefeito nos primeiros dias de trabalho, envolvendo todo a nova gestão.
"O Cabo não vai parar! Os problemas são graves e muitos. Por onde se olha, vemos as consequências do descaso e da falta de zelo com o que é do nosso povo. Mas vamos reverter essa situação. Quem usa os serviços de Saúde da rede municipal sabe do que estamos falando. Temos mais de R$ 19 milhões de dívidas relacionadas ao não pagamento de contratos essenciais como medicamentos e material hospitalar, alimentação para os hospitais, manutenção de equipamentos e pessoal, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Mas tudo está sendo tratado com atenção máxima e as soluções estão sendo adotadas", afirmou.
"É de cortar o coração. Temos mais de 200 mil habitantes e só havia 3 ambulâncias funcionando no dia 1º de janeiro, enquanto outras 26 estavam paradas. Já colocamos duas em funcionamento e outras 6 estão na oficina sendo reparadas. Mas pelo menos 16 estão apodrecendo num verdadeiro cemitério de veículos. Eu estive lá hoje e vi com meus próprios olhos o descaso, a falta de responsabilidade! Outra coisa absurda foi o fechamento da base descentralizada do SAMU, criada na nossa gestão anterior. Hoje só a base da Charneca está operando e isso dificulta, e muito, a agilidade do serviço, que depende essencialmente de tempo para salvar vidas", destacou.
De acordo com dados levantados pela Secretaria Municipal de Saúde, o contrato com a empresa que fornece alimentação para as unidades hospitalares venceu no dia 8 de janeiro e há uma dívida de R$ 1,9 milhão.
"Além disso, o município foi entregue sem processo licitatório para fornecimento de medicamentos e com cerca de 40% dos medicamentos e produtos médicos e hospitalares em falta. Há débitos em aberto com os fornecedores que estão sendo analisados pela gestão", informou ao site Jamildo.com.
"Outra problemática está relacionada à falta de pagamento na manutenção de geradores e outros equipamentos, muitos dos quais já estão parados. As unidades de saúde também estão sofrendo com a falta de profissionais de portaria e recepção, reflexo do encerramento de 600 contratos terceirizados que atendiam diversas áreas da gestão, incluindo a Saúde".
Entre as ações determinadas pelo prefeito nos primeiros dias de trabalho, em todas as áreas da gestão, estão a análise de todos os contratos vigentes, o levantamento detalhado de débitos, a renegociação com fornecedores para evitar o desabastecimento e descontinuidade de serviços e a realização de licitações para a normalização da situação. Nas próximas semanas, a gestão municipal irá divulgar os dados de todas as áreas de forma setorizada.
"Nossa gestão está trabalhando duro. Na prática, tivemos 15 dias úteis para fazer esse trabalho responsável e cuidadoso de levantar os dados. E só agora, depois disso, estamos trazendo esse RX para falar para nossa população sobre o que está acontecendo. Repito, a situação é grave, mas os desafios estão aí para serem enfrentados e vencidos! A única coisa que precisamos, eu e meu time, é de um pouco mais de tempo e da confiança de nossa gente. Porque nós temos compromisso e palavra. O Cabo voltou a ter gestão e vai voltar ao prumo, onde as pessoas vão voltar a ter orgulho de viver!", afirmou Lula Cabral.
Leia também
@blogdojamildo