Enquanto a região teve redução de 7,2%, estado viu número de famílias sem moradia adequada saltar para 258 mil, segundo dados da Fundação João Pinheiro
por Cynara Maíra
Publicado em 19/09/2025, às 11h47 - Atualizado às 12h36
Um levantamento da Fundação João Pinheiro (FJP) em parceria com o Ministério das Cidades, divulgado nesta semana, mostra Pernambuco em contramão à maioria do Nordeste na questão da habitação.
De acordo com a pesquisa, o déficit habitacional em Pernambuco cresceu 16,7% entre 2022 e 2023, enquanto a Região Nordeste teve uma queda de 7,2% no mesmo período. O estudo mostra que o número de famílias sem moradia adequada no estado saltou de 221.115 para 258.095 em um ano.
A situação local contrasta com a de estados como o Piauí, que liderou a queda no déficit com uma redução de 26,9%. A Paraíba ficou na segunda posição, com uma diminuição de 24,8%.
O único estado que também sofreu crescimento do déficit habitacional foi Alagoas, mas com uma proporção menor, aumentando 5,9%. O único que ficou acima dos dois dígitos foi Pernambuco.
Veja a variação do déficit habitacional no Nordeste entre 2022 e 2023:
Piauí: -26,9%
Paraíba: -24,8%
Bahia: -10,8%
Ceará: -7,1%
Maranhão: -4,4%
Alagoas: +5,9%
Pernambuco: +16,7%
Com a ampliação de serviços de concessão de moradia popular, como o Minha Casa, Minha Vida e Morar Bem PE, os índices podem ter resultados melhores em 2024 e 2025.
Segundo dados anteriores da Fundação João Pinheiro, o principal fator que compõe o déficit habitacional é o "ônus excessivo com aluguel", que ocorre quando uma família precisa comprometer mais de 30% de sua renda com a moradia.
Esse cenário é particularmente grave em Pernambuco, já que o Recife tem o segundo aluguel mais caro do Brasil entre as capitais, com um preço médio de R$ 60,65 por metro quadrado em agosto, atrás apenas de São Paulo.
Além do custo elevado da moradia, o estado também se destaca negativamente em outro indicador da crise habitacional. Um levantamento da Campanha Despejo Zero apontou Pernambuco como o segundo estado com mais famílias ameaçadas de despejo no país, com 62.381 casos identificados.
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