Governadora assina ordem para trecho de 25 km do Arco Metropolitano e no Ceará, Sudene libera recursos para Transnordestina
por Jamildo Melo
Publicado em 12/12/2025, às 14h40
Raquel Lyra autoriza início das obras do Arco Metropolitano no trecho de 25 km entre Moreno e Cabo.
Investimento de R$ 632 milhões visa desafogar o trânsito na Região Metropolitana do Recife e melhorar logística.
Transnordestina recebe aporte de R$ 6 bilhões da Sudene para avançar obras no Ceará, com previsão de operação em 2026.
Novos contratos sinalizam mudança estrutural na economia do Nordeste, com atração de indústrias e geração de empregos.
O texto a seguir é uma transcrição editada do comentário de Jamildo Melo na Rádio CBN nesta sexta-feira (12).
De vez em quando, neste Nordeste tão acostumado a promessas, aparecem marcos que merecem um registro. Hoje é um desses dias, no que toca ao Arco Metropolitano, no Recife, e a Transnordestina, na região.
Estamos falando de duas obras que atravessam décadas de espera, de debates, de entraves burocráticos, mas que parecem, finalmente, começar a sair do papel, com potencial para transformar a logística e a economia da região.
Começando por casa: a governadora Raquel Lyra autoriza, nesta sexta-feira, o início do segmento 2 do Lote 2 do Arco Metropolitano. O trecho tem 25 km e vai ligar a BR-232, em Moreno, até a BR-101, no Cabo de Santo Agostinho.
São R$ 632 milhões investidos pelo governo do Estado. Se entregue conforme prometido, a obra deve reorganizar o trânsito pesado da Região Metropolitana do Recife. Também pode aliviar a vida de quem mora e trabalha no entorno e, principalmente, destravar o escoamento econômico que há décadas depende de vias saturadas.
Em outras palavras: uma obra estruturadora, daquelas que mudam o mapa da mobilidade.
Não apenas Pernambuco acordou para as grandes engrenagens. No Ceará, a Transnordestina, velha conhecida dos nordestinos e sinônimo de frustração por muito tempo, ganhou novo fôlego com ordens de serviço dos lotes 9 e 10, os trechos mais difíceis do traçado.
São 97 km passando pelo Maciço de Baturité, com investimentos na casa dos R$ 6 bilhões liberados pela Sudene. Os governos envolvidos falam em mil empregos diretos por lote, redução no custo dos grãos, estímulo direto ao Porto do Pecém e impacto imediato nas cadeias produtivas.
A expectativa é que já em 2026 alguns trechos estejam começando a operar no transporte de cargas. A conclusão plena deve vir em 2028.
Vejam que curioso, duas obras que sempre apareceram mais como promessa de palanque do que como realidade agora, com os contratos firmados e canteiros ativos, começam a sinalizar aquilo que o Nordeste merece: infraestrutura capaz de atrair indústria, melhorar competitividade e reduzir desigualdades históricas.
São obras que reorganizam fluxos logísticos, reduzem custos, geram emprego e criam condições reais para desenvolvimento. Se Arco e Transnordestina realmente avançarem no ritmo prometido, talvez estejamos vendo o início de uma mudança estrutural. Vamos torcer que sim e cobrar sempre.