Plantão Jamildo.com | Publicado em 04/10/2025, às 13h18
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou neste sábado (4) que o governo federal está reforçando o estoque nacional de antídotos usados no tratamento de intoxicações por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.
Até a coletiva do Ministério da Saúde, haviam 127 notificações em 12 estados do país — 116 suspeitas e 11 confirmadas. Pelo menos cinco pessoas morreram em decorrência das complicações.
O maior número de casos está em São Paulo, com 104 notificações (11 confirmadas e 93 sob investigação). Pernambuco tinha sete suspeitas. Às 11h, no entanto, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/PE), a notificação de seis novos casos suspeitos de intoxicação por metanol, com um caso na capital Recife.
Com as novas notificações, Pernambuco totaliza até o momento 12 casos suspeitos de intoxicação por metanol associado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, e um caso descartado - de acordo com laudos de exames realizados no paciente, as alterações não eram compatíveis com intoxicação exógena.
Segundo Padilha, o tratamento é feito principalmente por meio do etanol farmacêutico, disponível em maior quantidade no país, e do fomepizol, que está sendo importado do exterior pelo governo federal.
“Nós já tínhamos adquirido 4,3 mil ampolas do etanol farmacêutico para manter um estoque estratégico nos hospitais universitários federais espalhados pelo Brasil, que podem fornecer na medida que qualquer serviço do SUS solicite. Adquirimos mais 12 mil ampolas em um laboratório nacional, que chegam na próxima semana reforçando esse estoque estratégico”, anunciou Padilha.
O ministro também informou que o governo concluiu a compra de 2,5 mil ampolas de fomepizol de um fornecedor do Japão, em articulação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Os kits devem chegar na próxima semana e serão encaminhados aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica dos estados.
“Teremos aqui no Brasil, além do etanol farmacêutico já garantindo o tratamento, o fomepizol também disponível”, declarou Padilha, durante agenda em Teresina (PI) sobre a expansão dos serviços digitais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Padilha reforçou o alerta à população para evitar o consumo de bebidas alcoólicas destiladas, especialmente aquelas com embalagem de rosca, que têm concentrado a maioria dos casos de adulteração.
“Quero dar uma recomendação para a população como um todo, e dou como ministro da Saúde e como médico. Nesse momento, evite ingerir bebidas destiladas, sobretudo aquelas em que a garrafa é feita com a rosca. Até agora, o que foi identificado é a presença desse crime em garrafas de bebidas destiladas feitas com a rosca. Estamos falando de um produto que é de lazer, não é um produto da cesta básica alimentar”, afirmou.
O ministro também orientou comerciantes a redobrar a atenção na compra de bebidas de fornecedores, garantindo certificação de origem, mas frisou que não há motivo para pânico.
Padilha explicou que o aumento das notificações ocorre porque o Ministério da Saúde recomendou que os profissionais façam o registro de casos suspeitos na primeira avaliação clínica.
“Quando o profissional de saúde, da rede pública ou privada, faz a notificação imediata, o Centro de Referência em Toxicologia de cada estado fica sabendo desse caso e já dá apoio a esse médico, a esse profissional de saúde, na condução correta do caso — seguir o protocolo do Ministério da Saúde, checar a acidose metabólica, garantir hidratação, monitorar a parte cardíaca”, disse o ministro.
Segundo ele, as notificações também têm auxiliado o trabalho das forças de segurança. “Essa notificação faz com que a gente identifique onde a pessoa tomou essa bebida. Isso inicia todo o processo das forças de segurança — Polícia Civil e Polícia Federal — de ir atrás de onde foi comprado e onde foi adquirido”, observou.
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