João Campos renova concessão de secretária de Raquel em meio à briga por servidores cedidos

Enquanto a governadora Raquel Lyra (PSDB) mantém a determinação de que servidores cedidos às prefeituras retornem ao Governo de Pernambuco, João Campos (PSB) garante concessão de funcionária da Prefeitura na gestão da tucana. 

No Diário Oficial do Recife desta quinta-feira (01), o prefeito do Recife acatou o pedido de Raquel para renovar a concessão de Zilda do Rego Cavalcanti. Apesar de ser servidora da Prefeitura do Recife, Zilda é Secretária de Saúde do governo Raquel Lyra. 

João Campos permitiu que a secretária continue cedida pelo período de 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2024.

A manutenção da concessão pode representar um gesto para Raquel ou uma mensagem sobre o papel dos servidores da Prefeitura que estão no Governo, mas o momento para decisão é oportuno para o embate entre os políticos. 

João Campos e Raquel Lyra em embate sobre servidores

A autorização ocorre após mais um capítulo da briga judicial entre João Campos e Raquel Lyra sobre servidores cedidos para Prefeitura do Recife.

Apesar de outros municípios estarem envolvidos no caso, o Recife é um dos locais mais afetados com o possível fim das concessões. 

Na semana passada, o Governo do Estado entrou com um novo recurso no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para exigir a retomada dos funcionários do governo para seus cargos originais.

Raquel alega que a manutenção de servidores estaduais em prefeitura vai contra as prerrogativas dela como chefe do Executivo estadual. A petição de Raquel também declara que há "ausência de competência do TCE" para tratar do assunto. 

Antes dessa nova solicitação, o desembargador Josué Antônio Fonseca de Sena negou um pedido de Raquel para anular a decisão do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), no qual manteve os servidores cedidos para Prefeitura do Recife até 31 de dezembro de 2024. 

João Campos criticou a cruzada de Raquel publicamente no início de 2024, ao citar de que os funcionários cedidos já "estão a pelo menos três anos e em média acima de dez anos. Não há nenhum pedido de cessão nova".

Campos também declarou que "isso é uma prática de cessão que acontece de forma institucional no Brasil inteiro".