Cynara Maíra | Publicado em 15/10/2025, às 13h00 - Atualizado às 13h18
O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) firmaram um novo acordo salarial na segunda-feira (13), em audiência mediada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
O entendimento ocorre quase um mês após dezenas de médicos obstetras da instituição pedirem demissão coletiva, alegando sobrecarga de trabalho e baixa remuneração.
Com o acordo, a expectativa do Simepe é que a maioria dos obstetras retire suas cartas de demissão. O novo acerto encerra uma crise que se arrastava desde julho, quando os profissionais sinalizaram a intenção de um desligamento coletivo.
“A gestão do Imip ratificou todas as mudanças de infraestrutura necessárias, as reformas, o quinto plantonista, para que possamos seguir com a maternidade em aberto. [...] Com isso, a maternidade seguirá aberta”, afirmou a presidente do Simepe, Carol Tabosa.
O principal ponto do acordo é um reajuste salarial progressivo, com validade até o ano de 2028. O aumento beneficiará 588 médicos contratados sob o regime da CLT, com vigência a partir da folha de pagamento de outubro.
O Imip também se comprometeu com um cronograma para melhorias estruturais. As intervenções devem começar em janeiro de 2026.
As reformas devem contemplar os setores de pré-parto e no repouso médico, e devem durar seis meses. A construção de uma nova Triagem Obstétrica está programada para começar em setembro de 2026. Além disso, o acordo prevê a ampliação das escalas médicas e a aquisição de novos equipamentos e insumos.
A crise se tornou pública em 18 de setembro, quando obstetras do Imip começaram a entregar suas cartas de demissão. Os profissionais reclamavam de sobrecarga de trabalho, que resultou em casos de burnout, dificuldades estruturais na maternidade e baixa remuneração.
Na época, o Simepe informou que pelo menos 33 dos 101 obstetras formalizaram o pedido de desligamento.
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