Rodrigo Coutinho rebate críticas de Romero Albuquerque sobre suposto incentivo aos protestos dos carroceiros

Clara Nilo | Publicado em 16/06/2025, às 13h38 - Atualizado às 15h43

Romero Albuquerque afirmou que parte da responsabilidade dos protestos seria de Rodrigo Coutinho por convocar audiência pública sobre tema da tração animal - Divulgação
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Na manhã desta segunda-feira (16), as manifestações realizadas pelos carroceiros contra a proibição de veículos de tração animal no Recife voltaram a acontecer. Após o deputado Romero Albuquerque (União Brasil) ter apontado o vereador Rodrigo Coutinho como suposto responsável, em partes, pelo ocorrido, Coutinho rebateu e saiu em defesa própria. 

A acusação seria por Rodrigo Coutinho ter convocado uma audiência pública na Câmara do Recife para esta segunda-feira, às 15h, com o objetivo de debater o tema. 

Não há mais debate a ser feito. A lei foi discutida, regulamentada, está em execução. O vereador que tenta surfar politicamente em cima do sofrimento animal precisa ser responsabilizado. Esse oportunismo encorajou o caos”, afirmou Romero.

“É totalmente irresponsável e descabida a tentativa do deputado estadual Romero Albuquerque de atribuir a mim a iniciativa de incitar os protestos de carroceiros que acontecem hoje em vários pontos do Recife. Ele está tentando aparecer forçando a entrada no debate e me escolheu como alvo para espalhar notícias falsas, fazer terrorismo e tentar lucrar politicamente", rebateu Coutinho.

"A audiência é um local de debate democrático e, agora, no espirar do prazo para a proibição é importante que todos os lados possam se entender. Não é um debate encerrado, é uma situação em andamento e a Câmara Municipal do Recife é justamente a casa que abriga e acolhe os debates sobre as grandes questões da cidade”, concluiu o vereador.

Entenda os protestos

A mobilização foi em resposta à determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) que regulamenta a Lei Municipal nº 17.918/2013, que proíbe a circulação de veículos de tração animal na cidade. A medida visa substituir a tração animal por alternativas sustentáveis e garantir a inclusão social dos trabalhadores afetados.

A lei foi sancionada em 2013, mas sua regulamentação só ocorreu em 2019, por meio do Decreto Municipal nº 32.121, estabelecendo um prazo de dois anos para sua implementação. Desde então, o prazo foi prorrogado mais de uma vez. 

A manifestação contou com a participação de cerca de 300 profissionais, inclusive trabalhadores de outros municípios, como Olinda, Paulista, Cabo e Jaboatão dos Guararapes, que temem que a proibição seja estendida a essas localidades.

A Prefeitura do Recife iniciou, neste mês de junho, um censo para mapear os condutores de veículos de tração animal, com término previsto para o dia 30. A proposta da gestão inclui a oferta de soluções como indenização pela entrega voluntária dos animais e carroças; acesso a qualificação profissional; encaminhamento para vagas na limpeza urbana da Emlurb; microcrédito pelo CredPop Recife e substituição por veículos alternativos, como triciclos elétricos.

Por outro lado, os condutores alegam falta de alternativas efetivas para a substituição de renda e questionam a aplicação da lei sem um plano de transição adequado. 

Prefeitura do Recife Câmara do Recife protestos

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