Raquel Lyra vs Álvaro Porto continua mesmo com recesso da Alepe. Após fala de Porto, Raquel rebate

Cynara Maíra | Publicado em 09/07/2025, às 10h49 - Atualizado às 12h02

Raquel Lyra e Álvaro Porto continuam em tensão - Janaína Pepeu/Secom
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Quem achou que a briga entre Raquel Lyra (PSD) e Álvaro Porto (PSDB) acompanharia o recesso parlamentar da Assembleia Legislativo de Pernambuco (Alepe), e diminuiria, está enganado. Os políticos continuam com as alfinetadas. 

Mesmo com o Legislativo formalmente paralisado até o fim de julho, o embate entre os dois ex-correligionários continuou no centro da política estadual, com declarações públicas e acusações cruzadas envolvendo a paralisação de projetos estratégicos para o Estado.

Entenda novo capítulo de tensão entre Álvaro Porto e Raquel Lyra

A troca de farpas mais recente ocorreu no começo da semana. Após falar que pessoas queriam "atrapalhar o desenvolvimento do Estado", Álvaro Porto rebateu e Raquel trouxe a réplica.

Raquel reclama de lentidão: "não atrapalhem o desenvolvimento do nosso estado"

Durante a filiação de Andrea Medeiros ao PSD, Raquel voltou a reclamar da lentidão na tramitação dos projetos de lei que tratam de dois pedidos de empréstimos do Executivo, que somam R$ 3,2 bilhões.

, Raquel declarou que “tem gente que acha que quanto mais atrapalha, melhor, para o seu projeto político de poder”. A frase foi interpretada como uma alusão direta a Porto.

Porto reage: "Inoperância é do Executivo"

Após o discurso de Raquel, Álvaro Porto reagiu com uma nota. No material, afirmou que o governo deseja  transferir à Alepe a responsabilidade por atrasos em obras e por não conseguir executar os recursos já aprovados. “As obras não saem do papel porque a gestão não consegue rodar os projetos e entregar por pura incapacidade gerencial”, disparou o deputado.

Porto também desafiou a governadora a listar quais obras estariam paralisadas por falta de aprovação legislativa. “Recursos foram disponibilizados no valor pleiteado pelo Executivo. O que falta é eficiência na gestão”, afirmou, citando dados da Casa Civil segundo os quais, dos R$ 9,2 bilhões em empréstimos aprovados desde 2023, apenas R$ 1,4 bilhão teria sido efetivamente liberado até o momento.

Na nota, o presidente da Alepe ainda acusa o governo de "narrativa artificial" e "gestão inoperante". 

O impasse não é pontual. Antes do recesso parlamentar, sabatinas e votações estratégicas estavam travadas na Casa. O clima de embate contaminou o funcionamento das comissões, e a base governista passou a esvaziar sessões em resposta. 

Raquel dá a réplica contra Porto

Durante agenda na Mata Norte, Raquel foi mais incisiva ao dizer que "deixaram a gente de lado, abandonaram Pernambuco. Esse tempo passou. Quem teve a oportunidade de fazer e não fez, não venha nos cobrar em dois anos aquilo que não fizeram em mais de década. E mais do que isso, não atrapalhem o desenvolvimento do nosso estado. Tem mais dinheiro para sair na Assembleia Legislativa. Vamos para cima, porque cada real sagrado do nosso povo é investido em mais esperança para a nossa gente”. 

Raízes do conflito: de aliados a adversários

O desgaste entre Raquel Lyra e Álvaro Porto tem origem no próprio reposicionamento político dos dois. Até o início da gestão, ambos integravam o PSDB e tinham interlocução direta. Apesar de terem impasses desde 2023, a situação piorou diretamente quando Raquel migrou para o PSD e Porto se tornou o líder tucano no estado. 

O distanciamento ganhou corpo ainda em 2023, durante as discussões sobre o orçamento anual. Em fevereiro de 2024, um áudio vazado de Álvaro ironizando um discurso de Raquel (“conversou merda demais”) expôs publicamente o racha.

Pouco depois, a filiação da esposa de Porto, Sandra Paes, ao Republicanos, sigla aliada de João Campos em Pernambuco, foi interpretada como ruptura definitiva com o governo.

Desde então, os dois têm acumulado desentendimentos sobre projetos, articulação política e domínio institucional da Alepe. A gestão estadual acusa a Casa de travar votações por interesse político, enquanto o Legislativo se defende apontando falhas técnicas nas propostas, má execução orçamentária e reclama sobre o repasse das emendas parlamentares. 

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