Plantão Jamildo.com | Publicado em 24/11/2025, às 15h21
Governadora Raquel Lyra (PSD) voltou a pedir que a Assembleia Legislativa de Pernambuco vote, ainda este ano, o projeto que autoriza o Estado a contratar operação de crédito de R$ 1,7 bilhão. O apelo foi feito durante evento da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) sobre a implantação da Escola de Sargentos, nesta segunda-feira (24), no Recife. A fala ocorreu ao cumprimentar o deputado estadual Renato Antunes (PL), único representante da Alepe presente.
No pronunciamento, Raquel afirmou que a autorização é necessária para assegurar novos investimentos em 2026. “Temos aqui um desafio. Tem um projeto de lei importante, uma operação de crédito para que a gente possa garantir investimentos de mais R$ 1,7 bilhão no ano que vem. Importante que esse projeto seja votado este ano, colocado em plenário”, declarou.
O discurso foi feito dias após a tensão entre o Executivo e a Alepe, que levou o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), a retirar a matéria da pauta. A decisão ocorreu após o governo orientar sua base a votar contra a PEC que pretende elevar, a partir de 2027, o percentual de emendas parlamentares, equiparando-o ao patamar da Câmara dos Deputados, de 1% para 1,55%.
Raquel afirmou que espera aprovação ampla da operação de crédito, assim como ocorreu com outras autorizações concedidas pela Casa. Na presença dos ministros José Múcio (Defesa) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além de secretários e representantes do setor produtivo, a governadora defendeu que haja mobilização para que o tema seja apreciado antes do recesso parlamentar.
“Está na hora de deixar uma discussão política menor para o lado, para permitir que essa votação seja colocada à mesa. É importante a mobilização da nossa sociedade para que isso possa ser posto em pauta antes do recesso da Assembleia Legislativa, para que a gente possa garantir o dinheiro, porque a gente faz bom uso dele”, afirmou.
A Assembleia Legislativa entrará em recesso administrativo - entre Natal e Reveillón - a partir de 20 de dezembro. Na sequência, inicia o recesso parlamentar, durante o mês de janeiro.
Na terça-feira (18), Álvaro Porto anunciou que a matéria só será retomada em fevereiro de 2026, após o recesso parlamentar. Ele afirmou que não há prejuízo para o Estado e que o montante solicitado corresponde ao espaço fiscal do próximo ano. “A governadora manda no Palácio do Campo das Princesas. Aqui, não”, disse o presidente da Alepe.
Segundo Porto, parlamentares alertaram que o governo já obteve cerca de R$ 11 bilhões em autorizações de crédito desde 2023 e não conseguiu executar integralmente os valores. “A administração estadual está mais para banqueira e imobiliária que para governadora”, afirmou, citando a compra do edifício da Neoenergia para sediar a Secretaria de Educação.
A reação do presidente ocorreu após a governadora orientar a base a votar contra a Proposta de Emenda Constitucional que previa fixar em 2% da receita corrente líquida o montante das emendas parlamentares a partir de 2027. A PEC não chegou a ser incluída na ordem do dia.
Porto disse que a Alepe retomará a análise apenas no próximo ano legislativo. “Vamos avaliar o que o governo conseguiu fazer: se contratou os empréstimos aprovados, se entregou obras estruturantes, como o Arco Metropolitano. Não podemos permitir que dívidas fiquem para a próxima gestão, porque este governo termina no próximo ano”, afirmou.
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