Ex-dirigentes defendem alternância de Poder nas eleições da OAB/PE

Jayme Jemil Asfora, Pedro Henrique Reynaldo Alves e Leonardo Accioly | Publicado em 13/11/2024, às 09h42

Ex-dirigentes defendem alternância de poder na OAB-PE - OAB-PE
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*Por Jayme Jemil Asfora, Pedro Henrinque Reynaldo Alves e Leonardo Accioly, ex-presidentes da seccional pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Com a proximidade das eleições da OAB, na condição de ex-dirigentes da mesma, somos instados a nos posicionar a esse respeito, primando pelo que acreditamos ser o melhor para nossa instituição, orientados pelos mesmos princípios que nos levaram a liderar o movimento que quebrou a hegemonia de mais de 75 anos da situação no comando da entidade.

Há época era preciso romper com antigos paradigmas de culto à personalidade do presidente, falta de profissionalismo na gestão, assim como a falta de transparência e fisiologismo na nossa Ordem, vícios típicos da ausência de alternância no poder.

A OAB passou então a exercer um protagonismo que há tempos tinha perdido, caracterizado sobretudo pela coragem de enfrentar assuntos espinhosos, que nos faziam bater de frente com as autoridades constituídas dos 3 poderes, investidos da voz e liderança da sociedade civil.

Não existia assunto proibido ou autoridade intocável em nosso tempo e a OAB/PE reagia e se posicionava de maneira firme, sempre que fossem ameaçados os interesses da advocacia e da cidadania.

Também passamos a prestar serviços de aperfeiçoamento e facilitação do exercício profissional, sem nunca vincular tais políticas à identidade pessoal do gestor do momento, ou fazer de tais melhorias moeda de barganha típica do reprovável assistencialismo eleitoreiro.

Com o passar do tempo as recentes gestões da OAB/PE, das quais não mais participamos de forma ativa - por acreditarmos na salutar valorização de novos quadros - demonstraram um crescente afastamento das bandeiras que sempre acreditamos, fazendo da OAB uma espécie de “clube de serviços” e plataforma de debates uníssonos e sempre majoritários, com receio de tomar posições e contrariar interesses, o que vimos assistindo com grande preocupação.

Um dos resultados mais notórios dessa mudança de postura da OAB se vê no acentuado aumento das dificuldades enfrentadas pelos(as) advogados(as) pernambucanos(as) nesse recente processo de isolamento da máquina do Judiciário Estadual em relação à advocacia.

Por medo, ou preocupações no plano pessoal, os atuais dirigentes não ousaram enfrentar ninguém, mas tristemente se observa que sobraram manchetes e publicações de membros da cúpula da OAB/PE em celebrações sociais com autoridades e políticos.

Outro exemplo lastimável de incompetência e pessoalismo na atual gestão da OAB/PE diz respeito ao processo de indicação de advogados(as) para lista sêxtupla do Quinto Constitucional, onde, para além da criação da abominável “cota do advogado branco”, se estendeu por quase um ano um certame eleitoral em reprovável manobra de favorecimentos de candidatos(as) apadrinhados(as) pela diretoria da Casa. 

Tal medida não apenas prejudicou a advocacia mas a própria continuidade dos serviços jurisdicionais no TJPE.

Por estas razões e por achar que nossa OAB tem que sair do lamentável estágio de acomodação que tomou o espirito daqueles que hoje estão lá é que nós entendemos que chegou a hora de mudar este estado de coisas

O caminho está na alternância, para a qual propugnamos o voto de confiança na oposição.

Por nossa gloriosa OAB e pelas tradições de destemor e protagonismo da advocacia pernambucana assinam, Jayme Jemil Asfora, Pedro Henrinque Reynaldo Alves e Leonardo Accioly.

oab-pe

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