Cynara Maíra | Publicado em 11/10/2024, às 07h44
Única cidade em que o PT e o PSB de Pernambuco anunciaram candidaturas separadas, Paulista tem sido motivo de polêmica com relação ao endosso do Partido dos Trabalhadores.
Apesar da aliança nacional entre o PT e o PSB desde 2022, com a eleição de Lula (PT) e Alckmin (PSB), há um conflito com relação ao apoio do Partido dos Trabalhadores em Paulista.
Isso porque o atual prefeito, Yves Ribeiro (PT), que desistiu de disputar o segundo turno na cidade, é contra Júnior Matuto (PSB), candidato que apoiou como seu sucessor em 2012.
Nesse contexto, com a desistência de Yves, o diretório municipal do PT apoiou no primeiro turno Francisco Padilha (PDT), que já foi secretário da gestão de Matuto e o nome escolhido para suceder o então prefeito do PSB, mas que perdeu para Yves em 2020.
O plano do PT de Paulista era se posicionar pelo nome de Ramos (PSDB), candidato já apoiado por Yves desde o primeiro turno e escolha do partido de Raquel Lyra (PSDB).
O diretório estadual, alinhado com o PSB de João Campos, discordou da decisão do PT de Paulista, encaminhou a decisão para base nacional da legenda, também evitando se posicionar diretamente.
Em nota sobre o tema, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, relatou que "tendo vista que a aliança com o PSB é estratégica no plano nacional, com apoios às candidaturas petistas em vários municípios; a Direção Nacional do PT encaminha o apoio ao candidato Júnior Matuto, do PSB, no segundo turno das eleições em Paulista".
A posição direta do PT Nacional na quinta-feira (10), ocorre após a articulação direta do prefeito João Campos (PSB), que tenta manter a soberania do PSB contra o PSDB de Raquel. Caso Ramos ganhe a disputa, o partido da governadora terá a mesma quantidade de prefeituras que os socialistas.
João também conseguiu que Matuto tivesse uma reunião com o presidente Lula na quinta, para que o Líder do Executivo gravasse fotos e vídeos juntos ao candidato do PSB em Paulista.
Apesar da saída do PT do palanque de Ramos, o candidato de Raquel ganhou novos endossos. Na mesma quinta em que Matuto estava em Brasília gravando com Lula, o diretório estadual do PV, partido da federação Brasil da Esperança (PT, PV e PC do B), concedeu apoio ao nome de Ramos na cidade.
"Ramos Santana tem um compromisso claro com o desenvolvimento sustentável, com a inclusão social e com a melhoria da qualidade de vida de toda a população de Paulista. É por isso que o Partido Verde decidiu caminhar ao lado dele, pois acreditamos que ele será o melhor para a cidade e para a Região Metropolitana", afirmou o presidente estadual do PV e deputado federal, Clodoaldo Magalhães.
Também se posicionaram a favor de Ramos o ex-candidato à Prefeito em Paulista pelo PDT, Francisco Padilha e o deputado estadual do PL Joel da Harpa.
Enquanto Padilha foi para o lado do PSDB, o PC do B, que esteve ao lado do ex-candidato do PDT, endossou Júnior Matuto.
Severino Ramos de Santana, mais conhecido como Ramos, tem 75 anos e é comerciário de profissão. O candidato do PSDB já foi deputado estadual na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e vereador do Recife.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ramos já se candidatou para Prefeitura de Paulista três vezes antes dessa.
Gilberto Gonçalves Feitosa, conhecido como Júnior Matuto, tem 45 anos e é formado em administração. O candidato já foi vereador em Paulista por dois mandatos, além de ter governado a cidade por dois mandatos consecutivos.
Na prefeitura de Paulista, foi afastado do cargo após investigações de supostas irregularidades em contratos de limpeza urbana e coleta de lixo.
Em novembro de 2020, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu um Habeas Corpus ao político, que suspendeu a decisão judicial que o tinha afastado do cargo. Toffoli argumentou que não havia provas suficientes para justificar a saída de Matuto do governo.
Atacadão abre 70 vagas de emprego em Pernambuco
Correios farão concurso para 3.511 vagas com salários de até R$ 6,8 mil