Com polêmica sobre abastecimento em Noronha, Raquel Lyra cumpre agenda na ilha neste fim de semana

Cynara Maíra | Publicado em 07/11/2025, às 11h55 - Atualizado às 12h43

Raquel Lyra vai para Fernando de Noronha -
COMPARTILHE:

Ler resumo da notícia

Apesar do cancelamento do presidente Lula (PT), a governadora Raquel Lyra (PSD) cumpre uma agenda em Fernando de Noronha neste fim de semana, desta sexta-feira (07) até o domingo (09).

A vinda da governadora ocorre em meio a uma tensão sobre a logística do arquipélago. O governo estadual fez um apelo ao Comandante do 3° Distrito Naval da Marinha do Brasil para suspender novas regras de segurança para embarcações que fazem o transporte de suprimentos.

Em ofício enviado na segunda-feira (3), a administração da ilha alertou para um "grave risco de colapso no abastecimento e comprometimento da continuidade dos serviços públicos essenciais". A gestão teme a falta de "combustíveis, gêneros alimentícios, medicamentos e insumos básicos".

A agenda oficial de Raquel Lyra começa nesta sexta-feira (7) com visitas à Escola de Referência (EREM) e aos Fortes de Santo Antônio e São Pedro do Boldró. À noite, a governadora entrega o Centro de Acolhimento à Mulher e assina a ordem de serviço para a reestruturação do Cemitério, além de autorizar a licitação para unidades habitacionais.

No sábado (8), Raquel Lyra visita o Hospital São Lucas. O principal evento da agenda ocorre ao meio-dia: o lançamento do Projeto Noronha Verde, no Forte Nossa Senhora dos Remédios.

Este evento seria originalmente com o presidente Lula, que cancelou sua ida a Noronha na terça-feira (4), alegando "ajustes de agenda". O presidente está focado nos preparativos da COP-30, em Belém.

Apesar da agenda oficial não indicar o debate sobre o abastecimento, Raquel deve aproveitar a visita para avaliar a situação. Ela estará no sábado ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. No domingo (9), a agenda termina com uma visita ao Aeroporto, que também já teve problemas recentes. 

Risco de colapso e "Travessia da Morte"

O impasse logístico, revelado pelo site Jamildo.com, decorre da Portaria 31/CPPE do Ministério da Defesa, que impôs novas regras de segurança para as embarcações. A administração da ilha, gerida por Virgílio de Almeida, reclama que o prazo de 30 dias dado às empresas "é manifestamente insuficiente" e "impede a adequação gradual".

Documentos obtidos pelo Jamildo.com mostram, no entanto, que a Marinha agiu após o governo estadual ser alertado em 2023 sobre as "condições precárias de segurança" dos barcos que fazem a rota.

Uma denúncia do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar) chamou o trecho Recife-Noronha de "Travessia da Morte".

O delegado Rinaldo Medeiros citou "seis naufrágios... num período de 8 anos" e o "total desrespeito às normas de segurança". A assessoria jurídica da própria autarquia estadual despachou sobre este alerta em março de 2023.

A crise na ilha já repercute na Alepe. A Comissão de Desenvolvimento Econômico aprovou, nesta terça-feira (4), uma audiência pública a ser realizada no arquipélago. O autor da proposta, deputado Abimael Santos (PL), criticou o "alto custo de vida" e levantou questionamentos sobre "possíveis monopólios no transporte de mantimentos".

Até o momento, o Ministério da Defesa não deu resposta oficial sobre o pedido de suspensão feito pelo Governo de Pernambuco.

Raquel Lyra fernando de noronha

Leia também

Raquel Lyra anuncia novo chefe da Polícia Civil após antecessor sair do cargo


João Campos lança iniciativa de assistência integrada à população em situação de rua


Raquel Lyra destaca avanço de Pernambuco na geração de empregos: “Milhares voltaram a trabalhar com dignidade”