Após avião afundar em pista de Noronha, Ministério dos Aeroportos pede esclarecimento; entenda caso

Confira o pronunciamento do Ministério de Portos e Aeroportos e da empresa responsável após afundamento de avião em pista de Fernando de Noronha

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 23/06/2025, às 07h33 - Atualizado às 08h07

Trem de pouso de Fernando de Noronha afundou no domingo (22) - Reprodução
Trem de pouso de Fernando de Noronha afundou no domingo (22) - Reprodução

O incidente com um avião comercial da Azul Linhas Aéreas, que teve parte do trem de pouso afundado no solo do pátio de aeronaves do Aeroporto de Fernando de Noronha, no domingo (22), levou o Ministério de Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a solicitarem esclarecimentos formais ao Governo de Pernambuco.

O episódio ocorreu durante o procedimento de pushback da aeronave modelo Embraer 195 E2, que se preparava para decolar com destino ao Recife.

As obras de requalificação do aeroporto são de responsabilidade da gestão estadual, por meio da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi).

Embora o terminal tenha mantido sua operação e o voo tenha decolado às 14h10 sem registro de feridos, o incidente reacendeu preocupações quanto ao cronograma das obras e à integridade das estruturas do aeroporto.

A Dix Aeroportos, concessionária do terminal, afirmou em nota que "acionou de imediato os planos de emergência" e garantiu a continuidade das operações. A empresa reafirmou que o pátio de manobras afetado "está passando por processo de requalificação realizado pelo Governo do Estado de Pernambuco".

Já o governo estadual, por meio da Semobi, destacou que o incidente não causou "danos estruturais relevantes" à aeronave, que pôde ser utilizada normalmente.

Como medida preventiva, a Secretaria anunciou "reparos emergenciais imediatos" no ponto do afundamento.

A nota recebida pelo Jamildo.com informa ainda que a pista principal de pousos e decolagens, requalificada e entregue no primeiro semestre de 2025, segue operando dentro dos padrões exigidos pelos órgãos reguladores da aviação civil.

O trecho onde ocorreu o incidente, o pátio de manobras, ainda não passou pela fase de reestruturação prevista no cronograma da obra. A segunda etapa da intervenção, que inclui pistas de taxiamento e o próprio pátio, está prevista para começar no segundo semestre deste ano.

A situação ocorre apenas três meses após a retomada de voos com aeronaves de grande porte na ilha, suspensos desde outubro de 2022 por determinação da ANAC devido a problemas estruturais.

A suspensão foi revogada apenas após a conclusão da primeira etapa da obra de requalificação, iniciada com atraso em setembro de 2024 e orçada em R$ 60 milhões.

A obra enfrentou uma série de adiamentos desde o governo Paulo Câmara, com promessas de início datadas desde abril de 2023. A primeira etapa, focada no eixo central da pista, foi concluída em março deste ano, o que permitiu retorno dos voos comerciais com jatos.

O episódio deste domingo, no entanto, expôs fragilidades nas áreas ainda não reformadas.

O Ministério de Portos e Aeroportos, junto com a ANAC, afirma que continua monitorando a situação e aguarda os esclarecimentos solicitados ao Governo de Pernambuco sobre a manutenção e o andamento da requalificação do aeroporto.