Após fala de assessor do governo sobre caso na Alepe, Dani Portela rebate: "desonesta e cruel"

Cynara Maíra | Publicado em 21/08/2025, às 07h21 - Atualizado às 08h06

Dani Portela critica posicionamento de assessor que fez denúncia contra ela - Foto: Fran Silva / Equipe Dani Portela
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A deputada estadual Dani Portela (PSOL) rebateu, na noite de quarta-feira (20), as declarações do secretário executivo de Assuntos Estratégicos do governo de Pernambuco, Manoel Pires Medeiros Neto, que confirmou ter feito de forma anônima a denúncia contra a parlamentar.

Portela classificou a manifestação do assessor como “desonesta e cruel” e afirmou que a iniciativa representa uma tentativa de intimidação contra o seu mandato. após pedir o início da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os contratos de publicidade do governo Raquel Lyra (PSD). 

A deputada disse que a denúncia de Medeiros buscou atingir sua família e seu mandato. 

"Não tenho nenhuma empresa fantasma contratada em meu gabinete. Todos os contratos são legais, auditados pela Alepe e sem indício de irregularidade”, declarou. Dani afirmou ainda que o assessor foi “desmascarado como um dos chefes do gabinete do ódio do Palácio” e que tenta criar “cortina de fumaça para encobrir suas próprias ações”.

Em nota publicada nas redes sociais, Manoel Medeiros confirmou ser o autor da denúncia contra Portela e disse ter recorrido ao anonimato para preservar sua integridade. “Trata-se de um meio garantido pelas leis brasileiras. Tudo isso fora do horário de expediente e nas dependências de um shopping center, como expuseram os dados da investigação legislativa”, escreveu.

O assessor afirmou que foi alvo de intimidação. “Fui invadido e exposto simplesmente por denunciar um possível esquema de corrupção. A intimidação – típica dos tempos de regimes totalitários – precisa ficar pra trás”, registrou.

Acusações na Alepe

Ainda na quarta, o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), apresentou em plenário relatório da Superintendência de Inteligência Legislativa (SUINT) que teria apontado Manoel Medeiros como responsável por realiza uma denúncia anônima contra Portela.

O deputado do PSDB ainda buscou vincular a situação a outros momentos ao falar que Manoel estaria supostamente envolvido em um grupo de ataques contra parlamentares. 

Segundo Porto, a investigação colheu imagens de Medeiros em uma lan house no shopping RioMar Recife preparando material contra a deputada. O presidente afirmou que os documentos serão entregues à Justiça, à CPI e aos deputados.

Ele ainda associou a advogada Manoela Álvarez Medeiros, prima do assessor, a um suposto esquema de acesso indevido a processos do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região.

Disputa na CPI da Publicidade

O caso intensificou o clima político na Alepe, já marcado pelo embate em torno da CPI da Publicidade.

Na terça-feira (19), durante a votação para escolha da mesa diretora, deputados da base governista deixaram a sessão em protesto, enquanto a oposição confirmou maioria no colegiado. Foram eleitos Diogo Moraes (PSDB) para a presidência, Antônio Coelho (União Brasil) para a vice e Waldemar Borges (MDB) para a relatoria.

alepe Dani Portela

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