Álvaro Porto reage a fala de Socorro Pimentel sobre “forma turrona” e diz que críticas têm base técnica

Plantão Jamildo.com | Publicado em 13/11/2025, às 15h52

Deputado Álvaro Porto denuncia suposta milícia digital contra o governo do estado - DIVULGAÇÃO/ ALEPE
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Antigos aliados, mas com rusgas nos últimos meses, o embate entre o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB) e a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (União Brasil), ganhou um novo capítulo.

O tucano respondeu, nesta quinta-feira (13), às declarações da colega de parlamento sobre a tramitação do projeto que autoriza o Estado a contratar um novo empréstimo de R$ 1,7 bilhão. O texto deve ser votado na próxima terça-feira (18).

Socorro havia criticado Porto por, segundo ela, adotar uma postura “turrona” e usar a pauta do projeto para provocar a governadora Raquel Lyra (PSD). “Essa é a forma turrona de Álvaro de colocar o projeto na pauta sem perder a oportunidade de fazer uma provocação à governadora. Não se pode fazer a política do quanto pior melhor, só apontando defeitos”, afirmou a parlamentar em entrevista.

A deputada também defendeu a capacidade de execução da gestão estadual e demonstrou confiança de que as obras serão realizadas dentro do prazo. “Achar que não haverá tempo para executar é desconhecer o ritmo e a seriedade deste Governo. Raquel Lyra governa com propósito, metas e resultados. Em 2026, Pernambuco verá entregas robustas e transformadoras”, declarou.

Em resposta, Álvaro Porto afirmou que suas observações não têm caráter provocativo, mas se baseiam em dados oficiais que apontam lentidão na execução orçamentária do Estado.

Se ela não sabe ou não quer conviver com essa realidade, não sou eu que vou ensinar. As nossas considerações estão fundamentadas na realidade dos fatos, estampadas em documentos oficiais e idôneos, como o E-fisco e o Portal da Transparência. Basta observar para se constatar que, de 2023 para cá, a Alepe aprovou R$ 11 bilhões de operações de crédito e o governo só conseguiu colocar nos cofres do Estado apenas R$ 2,8 bilhões”, disse.

O parlamentar reforçou que está aberto ao debate sobre os números. “Se a líder puder contribuir com esta saudável discussão, disponibilizando informações e números diferentes do que estão apresentados, estamos prontos para apreciar”, completou.

Porto ainda afirmou que a Assembleia continuará cumprindo sua função de fiscalizar a aplicação dos recursos aprovados e que a lentidão na execução tem sido uma marca da atual administração. “Queiram ou não queiram os governistas, a lentidão, a ineficiência e a incapacidade de entregar tornaram-se as principais marcas do governo. E a Assembleia, que tem o dever e a prerrogativa de cobrar e fiscalizar a aplicação dos recursos, permanecerá cumprindo o seu papel”, declarou.

O presidente da Alepe acrescentou que o novo empréstimo, que será votado na próxima semana, corresponde ao espaço fiscal de 2026. “Até o momento, o histórico construído pela atual gestão estadual indica que a governadora não conseguirá aplicar os empréstimos que contraiu e não vai concluir as obras previstas. Não se trata de apontar defeito, fazer provocação, ser pessimista, muito menos turrão. É a observação da realidade”, afirmou.

Capítulo anterior 

Cerca de 20 dias atrás, Porto e Pimentel tiveram um embate, novamente, sobre os empréstimos. O presidente da Casa acusou Raquel Lyra de tentar enganar a população ao vincular o início de obras como o Arco Metropolitano à aprovação de um empréstimo de R$ 1,5 bilhão pela Alepe em setembro, afirmando que o governo já tinha recursos autorizados anteriormente, mas não os utilizou por "falta de gestão".

Porto ainda afirmou que o contrato de R$ 1,4 bilhão assinado pela governadora com o Banco do Brasil não se referia ao empréstimo aprovado em setembro, mas sim a uma autorização antiga, de 2024, ligada ao Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF).

Em resposta, a líder do governo na Alepe defendeu a governadora Raquel Lyra e atribuiu dificuldades ao "descaso" da administração anterior do PSB, acusando o presidente da Casa de dificultar a tramitação de projetos.

Raquel Lyra alepe Álvaro Porto Socorro Pimentel

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