Comissão de Anistia apoia série Operação Condor, que resgata crimes das ditaduras militares na América Latina

Yan Lucca | Publicado em 30/01/2025, às 16h26

Veja mais detalhes - Foto: Reprodução
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A Comissão de Anistia do Brasil, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, anunciou apoio à série Operação Condor, dirigida por Cleonildo Cruz e Luiz Gonzaga Belluzzo. A produção abordará crimes cometidos durante os regimes militares na América Latina e contará com consultoria do jornalista Jamil Chade e do educador Heleno Araújo.

O anúncio foi feito pela presidenta da Comissão, Ana Maria Lima de Oliveira, que destacou a relevância histórica e social da série. "A série aborda um momento crítico e doloroso da história do Brasil e da América Latina, sendo fundamental para a compreensão das consequências profundas e traumáticas das ditaduras militares na região", afirmou.

Resgate da memória e fortalecimento da democracia

A série Operação Condor terá sete episódios, abordando casos emblemáticos de violência e repressão na América Latina. Entre os temas estão o assassinato do poeta chileno Pablo Neruda, os "Voos da Morte" no Uruguai, as ossadas de desaparecidos no Paraguai e as conexões da repressão com a Europa.

Para Jamil Chade, a iniciativa contribui diretamente para a consolidação da democracia. "Apurar, investigar e trazer à luz o que ocorreu no Brasil e na América Latina não é olhar para o passado. É construir o futuro. Não há democracia que sobreviva sem memória, verdade e justiça", declarou o jornalista, que foi pesquisador da Comissão Nacional da Verdade.

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Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), também destacou a importância do projeto.  "A série desnudará a verdade sobre as operações repressivas realizadas durante a ditadura, com implicações que vão muito além da América Latina, alcançando a Europa", disse.

Filmagens internacionais e apoio de entidades

As gravações da série serão realizadas entre março e setembro de 2025, em sete países latino-americanos, incluindo Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru e Bolívia. O cronograma prevê passagens por cidades como São Paulo, Assunção, Montevidéu e Santiago.

O projeto conta com o apoio de diversas entidades nacionais e internacionais. No Brasil, entre os parceiros estão a Comissão de Anistia, o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, a Associação Brasileira de Imprensa e o Instituto Zuzu Angel. Internacionalmente, a série tem respaldo da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, do Parlamento do Mercosul e do Museu de Memória e Direitos Humanos do Chile.

Para os diretores Cleonildo Cruz e Luiz Gonzaga Belluzzo, o apoio da Comissão de Anistia fortalece o compromisso da produção com a preservação da memória histórica e a promoção da verdade. "Receber o respaldo da Comissão é de enorme relevância para a série 'Operação Condor'. Este apoio fortalece o compromisso com a preservação da memória histórica e a promoção da verdade sobre os crimes cometidos durante as ditaduras militares", afirmaram em nota conjunta.

Ditadura operação condor Série

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