Durante voto de Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes pede para exibir vídeo de Bolsonaro

Clara Nilo | Publicado em 11/09/2025, às 15h31 - Atualizado às 16h07

-
COMPARTILHE:

Durante o voto da ministra Cármen Lúcia, no penúltimo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 réus no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro e relator do caso, Alexandre de Moraes, solicitou a palavra e pediu que fossem exibidos vídeos e fotos do caso. 

O primeiro vídeo exposto mostra o ex-presidente em uma manifestação celebrando o Dia da Independência, afirmando que Alexandre de Moraes iria "pedir para sair" do STF.

"Algum de nós aqui afirmaria que isso é liberdade de expressão e não um crime se um prefeito, em uma cidade do interior, mediante milhares de pessoas, insuflasse o povo contra o juiz da comarca? [Se] Disser que não vai mais cumprir decisões do juiz da comarca?", indagou Moraes. 

"Qual o recado que queremos deixar para o poder judiciário brasileiro? Para o juiz la da comarca que não tem a segurança que nós [juízes do STF] temos?", continou ele. 

Em seguida, o ministro continou a mostrar imagens de acampamentos de apoiadores de Bolsonaro do lado de fora de quartéis militares e, por fim, vídeos do ataque do dia 8 de janeiro de 2023. 

"Obrigado, prometo que não falo mais nada", afirmou o ministro com humor ao fim da apresentação repentina. 

A ministra Cármen Lúcia, então, continuou a explicar o seu voto, que foi a favor da condenação dos réus.

Ela explica que o golpe só pode ser julgado como tentativa. "É óbvio que é tentado [o crime], se fosse exaurido [o Estado Democrático de Direito], não seríamos nós que estaríamos aqui a julgar, longe disso. Aquele que dá um golpe de Estado e consegue chegar ao poder, é herói, não é golpista".

Jair Bolsonaro STF alexandre de moraes