Cynara Maíra | Publicado em 26/11/2025, às 09h24 - Atualizado às 10h11
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou na terça-feira (25) o resultado do processo seletivo para a primeira turma de Medicina do país voltada exclusivamente a beneficiários da reforma agrária.
O anúncio foi feito pelo reitor Alfredo Gomes, que confirmou a conclusão da seleção após uma série de batalhas judiciais que chegaram a paralisar o certame ao menos três vezes.
A lista com os aprovados para as 80 vagas do curso fruto de uma parceria com o Incra através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) já está disponível para consulta no site da universidade.
"Já temos a turma de Medicina Pronera/UFPE. Conheça a nova turma e venha fazer parte dessa história", declarou o reitor em vídeo publicado nas redes sociais.
As aulas, custeadas pelo Incra com um repasse de R$ 18,6 milhões, serão ministradas no Centro Acadêmico do Agreste (CAA), em Caruaru. O início das atividades letivas está previsto para 2026, com um evento comemorativo de abertura agendado para o dia 2 de dezembro deste ano.
A turma é composta por 40 estudantes de ampla concorrência e 40 de ações afirmativas, todos da categoria de assentados da reforma agrária, quilombolas, beneficiários do Crédito Fundiário e educadores que atuam nessas comunidades.
O caminho até a divulgação do resultado passou por diversas ações judiciais.
Após ações populares de parlamentares como o vereador do Recife Thiago Medina (PL) e Tadeu Calheiros (MDB), o edital foi suspenso em três ocasiões pela Justiça Federal.
Os críticos alegavam que a seleção exclusiva feria o princípio da isonomia e questionavam o formato da avaliação, com umaanálise de histórico escolar e uma redação, sem a exigência de provas objetivas de Biologia e Química ou a nota do Enem.
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) também se posicionou contra, apontando "graves vícios de legalidade" e riscos à qualidade da formação médica.
A UFPE, no entanto, conseguiu reverter as liminares no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), defendendo a legitimidade das ações afirmativas e a autonomia universitária para criar processos seletivos específicos, modelo já utilizado para indígenas e quilombolas.
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