Sintepe faz debate internacional sobre atuação da extrema-direita na educação

Ana Luiza Melo | Publicado em 02/09/2025, às 16h11 - Atualizado às 16h29

Na abertura, a presidente do Sintepe, Ivete Caetano, destacou o caráter global da luta pela educação. - Foto: Pericles Chagas/Sintepe
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O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) realizou um encontro internacional recentemente, no dia 27 de agosto, reunindo pesquisadores de cinco países para discutir o avanço da extrema-direita e seus impactos na educação e na pesquisa científica

Na abertura, a presidente do Sintepe, Ivete Caetano, destacou o caráter global da luta pela educação.

“Precisamos enfrentar esses ataques com união entre movimentos sociais, sindicatos e instituições acadêmicas”, afirmou, citando Paulo Freire e a perspectiva do “esperançar” como estímulo à ação coletiva.

O debate contou com palestrantes internacionais que compartilharam experiências de seus países. Thomas Popkewitz, da Universidade de Wisconsin-Madison, analisou como movimentos conservadores nos EUA têm transformado universidades em espaços de controle e divisão.

Susan Robertson, de Cambridge, destacou a mercantilização do ensino superior e a redução da autonomia acadêmica sob políticas conservadoras.

Romuald Normand, da Universidade de Strasbourg, alertou para o uso da educação na França como instrumento de reprodução de desigualdades e valores nacionalistas.

De Portugal, Luís Miguel relatou ataques à autonomia acadêmica e à reconfiguração da pesquisa em função de interesses políticos.

A pesquisadora argentina Nora Gluz destacou retrocessos sob o governo de Javier Milei, com iniciativas de privatização do ensino e redução de direitos sociais.

De acordo com o sindicato, o encontro reforçou que os ataques da extrema-direita "ultrapassam a esfera ideológica e ameaçam conquistas democráticas e o acesso universal ao conhecimento". A instituição aponta que a troca de experiências mostrou que os desafios enfrentados por docentes e pesquisadores em diferentes países estão conectados e demandam ação coletiva.

Encerrando o encontro, Ivete Caetano convocou à mobilização global:

Precisamos unir forças para resistir a esses retrocessos e garantir que o conhecimento continue acessível a todos”.

A coordenadora da mesa, professora Dalila Oliveira, acrescentou que o Brasil desempenha papel central no equilíbrio das democracias latino-americanas e defendeu uma visão de integração regional.

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