Cynara Maíra | Publicado em 06/02/2025, às 06h53 - Atualizado em 07/02/2025, às 06h53
Após as fortes chuvas na Região Metropolitana do Recife (RMR) na quarta-feira (05), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) reclamou da estrutura das escolas estaduais para lidar com o temporal.
Primeiro dia letivo da rede estadual, o Sintepe afirmou que os temporais expuseram problemas estruturais nas unidades de ensino, que foram afetadas com infiltrações, alagamentos e desabamento de muros. Segundo o Sindicato, esses problemas demonstram a "precariedade" das escolas estaduais.
O grupo relata ter recebido reclamações de professores, funcionários e estudantes por conta de dificuldades em meio às fortes chuvas.
Ivete Caetano, presidente do Sintepe, pontou que os problemas estruturais das escolas já eram esperados pelo sindicato, já que o grupo já tinha alertado o Governo de Pernambuco sobre a falta de repasses para manutenção das escolas. "Muitas unidades sequer receberam toda a verba prevista para 2024", afirmou Ivete.
O sindicato também cita que a falta de cadeiras escolares se tornou uma dificuldade adicional no retorno às aulas. Segundo a entidade, há denúncias de diversas regiões do estado sobre a escassez desse item, com relatos de escolas adotando rodízio de alunos devido à falta de carteiras.
Com base nos relatos recebidos pelo Sintepe, o sindicato produziu uma lista com instituições de ensino da rede estadual que estão com problemas estruturais ou de mobiliário após as chuvas de quarta:
O sindicato afirmou que continuará monitorando a situação e cobrará do governo medidas urgentes para garantir condições adequadas de ensino.
O site Jamildo.com questionou a Secretaria de Educação de Pernambuco sobre as reclamações feitas pelo Sintepe.
Diante das críticas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) sobre a estrutura das escolas estaduais após as chuvas que atingiram a Região Metropolitana do Recife (RMR), a Secretaria de Educação do Estado (SEE) afirmou em nota ao Jamildo.com que tem investido em melhorias na rede de ensino.
Segundo a pasta, desde 2023, foram aplicados mais de R$ 5,5 bilhões por meio do programa Juntos pela Educação, com foco em infraestrutura, manutenção e modernização das unidades escolares.
A SEE também destacou o Programa Investe Escola, que destinou R$ 50 milhões para 929 escolas aptas a receber os recursos. "As escolas que não foram contempladas com valores nesta segunda parcela, se devem ao motivo destas terem recebido 100% do recurso previsto para custeio ainda na primeira parcela", informou a Secretaria.
Sobre a falta de cadeiras escolares, apontada pelo Sintepe, a Secretaria de Educação afirmou que segue um planejamento técnico para a distribuição de mobiliário, priorizando unidades com maior necessidade.
De acordo com a SEE, 20 mil conjuntos de carteiras e cadeiras foram entregues em 2024, com investimento de R$ 9,9 milhões. Além disso, está em andamento um novo processo para a aquisição de 30 mil conjuntos ao custo de R$ 17,9 milhões, visando atender as unidades que ainda apresentam déficits.
A SEE também informou que algumas escolas citadas pelo Sintepe já receberam mobiliário. A EREM Helena Pugó, no bairro de San Martin, no Recife, foi contemplada com 450 unidades, enquanto a EREFEM Senador Novaes Filho, na Várzea, recebeu 400 conjuntos para complemento e substituição do mobiliário existente.
A Secretaria afirmou que está monitorando a situação das escolas atingidas pelas chuvas desta quarta (5) e quinta-feira (6) e que equipes técnicas já foram enviadas para as unidades Brigadeiro Eduardo Gomes, ETE Aderico Alves e EREM Helena Pugó.
Em relação à EREFEM Senador Novaes Filho, a SEE esclareceu que a escola já estava interditada desde o início de 2024 por problemas estruturais e que um projeto de reforma e ampliação está sendo elaborado. Enquanto isso, um novo espaço foi locado e está em fase final de intervenções para receber os estudantes ainda neste primeiro mês do ano letivo.
Além das medidas emergenciais, a Secretaria destacou um investimento de R$ 60 milhões para manutenção e reformas na rede estadual de ensino. Também está em processo de licitação um contrato no valor de R$ 250 milhões para ampliar os serviços de manutenção das unidades escolares.
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