Cynara Maíra | Publicado em 16/01/2025, às 16h21
O advogado Antônio Campos (PRTB) acusa a empresa Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) de retaliar sindicalistas após reclamações envolvendo a empresa na Justiça Federal.
Em nota, Antônio Campos cita que 14 representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Nordeste (SINDFER-NE) foram demitidos sob a justificativa de fechamento do escritório da companhia em Recife.
O advogado afirma que a decisão teria sido determinada por Tufi Daher Filho, diretor da FTL e da Transnordestina Logística S/A (TLSA), e braço direito do empresário Benjamin Steinbruch.
O SINDFER-NE reclama que a demissão seria uma suposta retaliação contra o material apresentado pelo sindicato para Justiça Federal. O grupo acusa a empresa de irregularidade na gestão da malha ferroviária do Nordeste. A empresa já negou as falas da entidade, no ano passado.
O advogado classificou as demissões como uma medida de intimidação e anunciou que o sindicato irá recorrer à Justiça do Trabalho.
"Estamos noticiando esse fato novo ao MPF, à Polícia Federal, à Secretaria de Segurança do Estado e ao Ministério Público Estadual. Não nos intimidaremos diante das retaliações contra trabalhadores e seus representantes", afirmou Campos.
Antônio Campos também destacou que a ação judicial incluirá um pedido de estabilidade sindical para os demitidos e a responsabilização da empresa por conduta antissindical.
Antônio Campos afirmou que levará as denúncias à bancada federal pernambucana e aos governadores dos estados afetados pelas ações da FTL. Além de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, ao menos.
O sindicato também planeja entrar com novas representações no Tribunal de Contas da União (TCU) para questionar a renovação das concessões ferroviárias, que, segundo Campos, “ocorreram ao arrepio da lei”.
Em resposta ao site Jamildo.com, a Transnordestina Logística afirmou que as acusações são equivocadas ""e que a FTL não opera mais em Pernambuco há mais de 15 anos, o que explicaria as demissões".
O SINDFER-NE apresentou uma denúncia ao MPF no qual cita que a FTL abandonou os trechos da malha ferroviária da antiga Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA).
O inquérito civil inclui um relatório técnico da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que teria apontado irregularidades na conservação da infraestrutura ferroviária e impactos em comunidades locais.
Entre as denúncias está o caso da Igreja de São Luiz Gonzaga, em Custódia, Pernambuco, cujo entorno foi incluído no traçado da Transnordestina. Segundo o sindicato, a TLSA teria insistido no projeto original, ignorando a possibilidade de um desvio que preservasse o patrimônio histórico. No ano passado, a empresa negou essa reclamação também, afirmando que realizou as modificações necessárias.
Na época das denúncias, a empresa negou as acusações e afirmou que "todas as questões envolvendo a Igreja foram solucionadas com anuência do Ministério Público e das comunidades locais".
Investimentos no programa Farmácia Popular crescem em 2024
Prefeitura do Recife inicia obras de drenagem na Imbiribeira em iniciativa do ProMorar
Ministério dos Portos e Aeroportos anuncia nova rota que liga Recife a Porto