Clara Nilo | Publicado em 23/10/2025, às 10h59 - Atualizado às 11h34
De acordo com um levantamento inédito da Escola de Segurança Multidimensional (ESEM/USP) realizado em parceria com o Instituto Ipsos, Pernambuco deixaria de arrecadar R$ 292,6 milhões por ano em impostos devido ao comércio ilegal de cigarros eletrônicos e sachês de nicotina.
O impacto fiscal seria gerado, principalmente, pelos dispositivos eletrônicos, que representam R$ 280,5 milhões do total não recolhido.
Oo 1º Levantamento Nacional sobre a Demanda por Bens e Serviços Ilícitos mostrou que, embora proibidos ou sem regulamentação no país, esses produtos seguem em crescimento no consumo e na circulação clandestina.
Em Pernambuco, o estudo estima que 356,3 mil pessoas consumam cigarros eletrônicos ou sachês de nicotina com frequência, enquanto outras 598,4 mil admitiram uso ocasional nos últimos seis meses.
No Nordeste, o prejuízo à arrecadação pode chegar a R$ 2,028 bilhões por ano, sendo R$ 1,945 bilhão referentes aos eletrônicos. Nacionalmente, a perda é ainda mais expressiva: R$ 13,7 bilhões por ano que poderiam ser recolhidos caso a comercialização fosse regulamentada.
Além do impacto fiscal, a pesquisa avaliou que a falta de controle favoreceria o avanço do crime organizado. Em Pernambuco, o mercado ilegal movimenta cerca de R$ 213,5 milhões anuais sem recolhimento de tributos. No país, essa cifra chega a R$ 7,81 bilhões.
“O regime de proibição, em vez de eliminar os mercados de bens e serviços ilegais, acaba por transferi-los para a esfera do crime organizado, que se estrutura como agente econômico racional, em busca de lucro, controle territorial e corrupção sistêmica”, afirmou Leandro Piquet, coordenador da ESEM e especialista em mercados ilícitos.
O estudo foi apresentado na última quarta-feira (22), em evento na FEA-USP, que reuniu especialistas, gestores públicos e representantes do setor privado para discutir estratégias de enfrentamento ao comércio ilegal e seus impactos sobre segurança pública e economia.
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