Rodrigo Ambrósio | Publicado em 25/09/2025, às 14h14 - Atualizado às 14h40
Por Rodrigo Ambrósio, em artigo enviado ao site Jamildo.com
A escalada digital de Eduardo Moura pode levá-lo a um patamar inédito. É o que aponta a Social Blade, plataforma que acompanha métricas de crescimento nas redes sociais. Segundo a projeção, o vereador deve romper a barreira do milhão já em maio do próximo ano, mais que dobrando sua base atual de 390 mil seguidores.
A projeção é feita com o método estatístico conhecido como Holt’s Linear, utilizado em análise de séries temporais. Essa técnica suaviza os dados históricos e identifica a tendência mais provável de crescimento, projetando para o futuro o comportamento recente de cada perfil.
Não é uma previsão absoluta, mas uma projeção baseada no ritmo que cada conta já vem apresentando de forma consistente.
E esse ritmo impressiona: Eduardo Moura vem ganhando, mês após mês, uma média de 65 mil novos seguidores, consolidando-se como o perfil político de crescimento mais acelerado do estado.
Raquel Lyra mantém um avanço de aproximadamente 43 mil seguidores a cada mês, um número expressivo para quem já ocupa o cargo de governadora, mas ainda assim bem abaixo da velocidade de Moura.
Já João Campos tem mostrado estabilidade próxima ao zero, com variações mensais que oscilam entre pequenos ganhos e pequenas perdas, o que indica que sua base digital está praticamente estacionada.
Essa diferença no ritmo de crescimento pode reposicionar Eduardo Moura no tabuleiro político e colocá-lo em outro patamar de influência às vésperas da eleição de 2026.
Além do crescimento acelerado, o engajamento de Eduardo Moura chama atenção.
Seu perfil registra uma taxa de 1,19%, quase o dobro da governadora Raquel Lyra, que está em 0,63%. Na prática, cada publicação do vereador mobiliza proporcionalmente muito mais pessoas, gerando curtidas, comentários e compartilhamentos em escala que supera o tamanho da própria base.
Essa diferença fica evidente nas visualizações: Moura, mesmo sendo vereador do Recife e tendo menos de 400 mil seguidores, consegue vídeos que frequentemente ultrapassam a marca de 100 mil visualizações e, em alguns casos, chegam a mais de 2 milhões, principalmente quando aborda fiscalização ou denúncias políticas.
Raquel, que fala para todo o estado de Pernambuco e já ultrapassa 1,2 milhão de seguidores, também registra grandes picos, com vídeos que ultrapassam 1 milhão de views, mas sua média é bem mais irregular, com muitos conteúdos abaixo dos 50 mil.
A consistência de Moura em produzir conteúdos que performam acima do esperado para o tamanho da sua base, somada à capacidade de viralizar em momentos-chave, reforça que seu crescimento é impulsionado por uma audiência altamente engajada e com grande potencial de mobilização.
Esse conjunto de fatores transforma o crescimento digital de Eduardo Moura em algo mais do que uma curiosidade estatística.
Uma audiência que cresce de forma consistente, engaja acima da média e reage a conteúdos de fiscalização e posicionamento político com milhões de visualizações tem potencial de se converter em capital político tangível.
Em ano eleitoral, isso significa capacidade de pautar debates, mobilizar apoiadores e gerar pressão sobre adversários fora dos meios tradicionais de comunicação.
Mas é justamente aqui que cabe uma ponderação crítica. Projeções como essa se apoiam em ritmos recentes, que podem ser alterados por fatores imprevisíveis: uma crise de imagem, um erro de comunicação, um ataque bem direcionado de adversários ou até mesmo a saturação natural da audiência.
O número de seguidores, por si só, não garante voto ou poder real. O que faz diferença é a capacidade de converter esse público em comunidade ativa, presente também fora do ambiente digital.
Moura pode atingir o milhão, mas se não transformar esse alcance em rede de influência política estruturada, o risco é chegar às eleições com grande visibilidade e pouco enraizamento.
Minha opinião é que Eduardo Moura vive um momento raro de aceleração digital, com indicadores que nenhum outro político de Pernambuco ostenta hoje. Isso, por si só, já o coloca em posição bastante privilegiada.
Mas ao mesmo tempo, é uma aposta arriscada: se conseguir sustentar o crescimento e converter sua audiência em base militante, pode disputar espaço de igual para igual com lideranças muito mais estabelecidas.
Se não, pode acabar com números impressionantes nas redes, mas insuficientes para alterar de fato o jogo eleitoral.
Rodrigo Ambrosio é formado em marketing e analista político
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