Alzheimer: Hospital Português será 1º do Norte e Nordeste a fazer exame de detecção precoce

Tecnologia PET CT com Beta Amiloide permite identificar sinais do Alzheimer antes dos sintomas e avaliar eficácia de tratamentos

Cynara Maíra

por Cynara Maíra

Publicado em 24/10/2025, às 10h26 - Atualizado às 11h08

Fachada do Real Hospital Português de baixo para cima

O Real Hospital Português (RHP), no Recife, tornou-se o primeiro hospital do Norte e Nordeste a realizar o exame PET CT com Beta Amiloide, uma tecnologia capaz de identificar precocemente sinais da doença de Alzheimer.

O procedimento permite a detecção da proteína beta-amiloide no cérebro, um marcador associado à doença, antes mesmo do surgimento dos sintomas clínicos.

A instituição já realizou o exame em três pacientes. Em um deles, o resultado detectou a presença da proteína, confirmando a suspeita diagnóstica. Nos outros dois, a ausência da substância descartou a hipótese de Alzheimer, permitindo um direcionamento mais preciso do tratamento para outras possíveis causas do declínio cognitivo.

O PET CT com Beta Amiloide é uma ferramenta revolucionária. Ele nos permite enxergar o que antes era invisível, oferecendo ao paciente e à família uma resposta clara e segura sobre o diagnóstico", afirma o Dr. Paulo Almeida, coordenador da Real Nuclear, serviço de Medicina Nuclear do RHP.

O Hospital Português também foi o primeiro no estado a realizar um transplante cardíaco, em 1991, o primeiro transplante de rim do estado em 1976, e o primeiro de medula óssea da região em 1999.

Recentemente, foi o primeiro hospital da América Latina a adquirir o equipamento StarGuide, da GE HealthCare, para Medicina Nuclear.

Como funciona e para que serve

O PET-CT com marcador beta-amiloide é um exame de medicina nuclear que combina imagens de tomografia por emissão de pósitrons (PET) e tomografia computadorizada (CT).

O paciente recebe um radiofármaco pela veia e, após cerca de uma hora, imagens do cérebro são captadas para mapear a presença e a localização das placas da proteína. O procedimento em si dura cerca de 20 minutos.

Além de auxiliar no diagnóstico precoce, o exame serve para monitorar a eficácia de tratamentos, especialmente as novas terapias anti-amiloide. Ao quantificar a carga da proteína no cérebro, os médicos podem avaliar se o tratamento está reduzindo as placas, ajustando a conduta conforme necessário.