Servidores farão protesto no Centro de Convenções durante momento em que Raquel Lyra retoma o Governo de Pernambuco após viagem. Saúde é ponto de tensão
por Cynara Maíra
Publicado em 29/10/2025, às 07h35 - Atualizado às 07h57
Retorno e Protesto: Raquel Lyra reassume o Governo de PE nesta quarta (29), às 13h, e enfrentará um protesto de servidores pelo Sassepe ao meio-dia, no Centro de Convenções.
Crise no Sassepe: Servidores denunciam sucateamento do sistema de saúde, com dívidas, descredenciamentos e longas filas, apesar de custearem 70% do plano.
Reivindicações: O Fórum dos Servidores pede mais investimentos estaduais, melhorias no Hospital dos Servidores, fim de cotas para exames e agilidade no atendimento.
Outros Desafios: Ao retornar, Raquel também terá que lidar com o empréstimo travado na Alepe e crises recentes em hospitais estaduais (muriçocas no HGV, teto no HBL).
Contexto: O protesto visa pressionar a governadora a cumprir promessas de campanha sobre a recuperação do Sassepe.
A governadora Raquel Lyra (PSD) reassume o comando do Governo de Pernambuco nesta quarta-feira (29), após 15 dias em missão internacional na China e Dinamarca. Logo em seu primeiro dia de volta, a gestora terá de enfrentar alguns dos impasses que ocorreram durante sua ausência, principalmente na área da saúde.
A cerimônia de transmissão de cargo, na qual o desembargador Ricardo Paes Barreto devolve a chefia do Executivo, está marcada para as 13h, no Palácio do Campo das Princesas.
Logo depois, a governadora deverá ir ao Centro de Convenções. Próximo ao local estará o Fórum dos Servidores de Pernambuco, que realiza um protesto em defesa do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado (Sassepe) a partir do meio-dia.
O ato, chamado “Faixaço do Sassepe”, ocorrerá no Centro de Convenções porque a governadora participará de um evento no local logo após reassumir o cargo. A mobilização reunirá sindicatos como Sintepe, Sindsaaf-PE e Sindpd-PE, coordenados pela CUT-PE, para expor faixas e mensagens sobre a crise no sistema de saúde dos servidores.
Os servidores alegam que os problemas no Sassepe (atual Iassepe) se agravaram, citando dificuldades financeiras, descredenciamentos de clínicas, problemas de agendamento e falta de medicamentos.
Segundo o Sintepe, os profissionais arcam com cerca de 70% do financiamento do sistema, enquanto o governo contribui com 30%, mas a gestão não estaria administrando os recursos de forma eficiente.
Esse resultado não começou com Raquel Lyra, o Sassepe enfrenta uma crise financeira histórica, com uma dívida que chegava a R$ 296 milhões no início da gestão da atual governadora segundo a CUT-PE. Apesar disso, o Fórum dos Servidores afirma que a recuperação do Sassepe foi uma promessa de campanha de Raquel Lyra em 2022.
Recentemente, um leilão para quitar parte dessa dívida gerou críticas do Sintepe por suposta falta de transparência.
Em julho de 2025, a governadora anunciou a mudança do presidência do IASSEPE
As principais reivindicações dos servidores incluem:
Ampliação dos investimentos na rede própria do Sassepe;
Realização de mutirões de cirurgias no Hospital dos Servidores;
Fim das cotas para exames;
Criação de uma regulação própria para o sistema;
Redução dos prazos de agendamento;
Aumento da contrapartida financeira do Estado no custeio do plano.
Além da pressão pelo Sassepe, Raquel Lyra retorna a Pernambuco encontrando outros desafios acumulados durante sua ausência. A governadora precisará articular a votação do pedido de empréstimo de R$ 1,7 bilhão na Alepe, que o presidente Álvaro Porto afirmou não ter pressa em pautar.
A gestão também enfrenta críticas na área da saúde, como a repercussão nacional do caso das muriçocas no Hospital Getúlio Vargas, exibido no Jornal Hoje, e o recente desabamento do teto de uma enfermaria no Hospital Barão de Lucena.