Pesquisa Conecta gera questionamentos no PSB sobre metodologia e resultados

Sob reserva, nos bastidores políticos, integrantes do PSB reagiram aos números da pesquisa Conecta, divulgada nesta sexta-feira, que apontou uma suposta redução inesperada na vantagem do prefeito do Recife, João Campos, sobre a governadora Raquel Lyra na corrida pelo Governo de Pernambuco, para a disputa estadual de 26.

Segundo lideranças socialistas ouvidas reservadamente, o levantamento apresentaria inconsistências quando comparado ao histórico recente de pesquisas divulgadas no estado, gerando dúvidas sobre sua confiabilidade.

De acordo com esses interlocutores do PSB, a principal preocupação estaria na falta de informações detalhadas sobre a metodologia empregada, o tamanho da amostra e os procedimentos de coleta — elementos essenciais para avaliar a robustez de qualquer estudo de intenção de voto.

Para eles, a ausência desses dados mínimos dificulta a validação técnica do levantamento. "Essa pesquisa é uma loucura", afirma um dos aliados.

Aliados socialistas do prefeito também afirmam que algumas características operacionais divulgadas pela empresa responsável mereceriam escrutínio adicional, citando a inexistência de histórico público de pesquisas no estado e a ausência de portfólios ou equipes técnicas facilmente identificáveis.

Segundo avaliam, tais fatores reduzem a transparência necessária para institutos que atuam no ambiente político, sobretudo em períodos pré-eleitorais.

Ainda segundo membros do PSB, o episódio reforçaria a necessidade de maior rigor no consumo e na divulgação de pesquisas eleitorais, em especial "aquelas surgidas sem trajetória consolidada ou documentação metodológica completa".

Eles afirmam que resultados sem clareza técnica podem influenciar percepções públicas e alimentar narrativas descoladas da realidade do eleitorado.

As críticas de bastidores são acompanhadas da avaliação para que o debate eleitoral "continue baseado em dados consistentes e verificáveis, evitando que levantamentos questionados por atores políticos distorçam o ambiente de disputa em Pernambuco".

Outro lado/Metodologia

Como sempre faz, o site Jamildo.com abre espaço para o contraditório, caso haja interesse da Conecta em acrescentar argumentos adicionais às críticas.

Nesta sexta, o estatístico responsável pelo Instituto OPINDATA e a CONECTA Pesquisas Jerfson Bruno do Nascimento Honório, afirmava que, atualmente, no Brasil, duas empresas usam a metodologia RDR (Recruitment Driven By Referral), que, segundo ele, utiliza metodologia para construir amostras digitais amplas, calibradas e representativas do público-alvo.

"Apenas a Atlas Intel e a CONECTA/OPINDATA que utilizam o método no Brasil. Esta abordagem permite construir uma amostra geograficamente diversificada e incluir perfis de eleitores de difícil acesso em pesquisas presenciais, como moradores de prédios e condomínios", explica Jerfson, doutor em estatística pela UFPE e PUC do Chile.