Marçal sabatina Guilherme Boulos em seu canal do YouTube em uma live que chamou de "entrevista de emprego", mas sem a presença de Nunes
por Yan Lucca
Publicado em 25/10/2024, às 12h17
Nesta sexta-feira (25), na reta final da campanha para o segundo turno das Eleições municipais de 2024. o candidato Guilherme Boulos (PSOL) concedeu entrevista ao ex-coach e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), que recebeu 1.801.139 votos, como uma "terceira via" da direita paulista.
A sabatina, intitulada "Entrevista de Emprego" foi assistida por mais de 230 mil pessoas simultâneas.
O candidato do PSOL, que conta com o apoio do presidente Lula da Silva (PT), foi sabatinado durante 1h pelo ex-coach e respondeu à maioria dos questionamentos feitos durante a live de assuntos variados.
O atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), também foi convidado para a sabatina, porém não aceitou a proposta.
Justificando a sua aceitação em participar da sabatina, Boulos afirmou que não fugiria do debate e disse reconhecer a quantidade de eleitores que votaram em Marçal acreditando na "ideia de mudança" e que esse seria o ponto em comum entre ele, Boulos, com Marçal. "[Marçal] seria a última pessoa a topar este convite", continuou Boulos "me movo por um propósito".
Entre as questões levantadas por Marçal, Boulos foi questionado sobre sua ausência no debate promovido pela Veja, Guilherme respondeu que na ocasião a sua equipe não concordou com os termos postos pela produção do debate.
Outro assunto brevemente comentado durante a sabatina foi o atrito tido entre Guilherme Boulos e Marçal na ausência na comissão de ética da Câmara que investigava o também deputado André Janones por Rachadinha.
“Não absolvi o Janones, eu disse que critérios do Conselho a outros casos tinha que ser usados”, explicou Boulos. “Se a PF constatar que o Janones cometeu rachadinha, que ele seja preso. Assim como o Flávio Bolsonaro. Eu não passo pano para ninguém, Marçal”, disse.
Questionado sobre empreendedorismo, Boulos respondeu ser a favor de que os empreendedores sejam "valorizados pelo governo".
Citando o orçamento de São Paulo, de quase 112 bilhões de reais, Boulos destacou que o diferencial de sua gestão, caso eleito, será a ausência de "corrupção" e apontou Nunes como "alguém cheio de suspeitas".
Marçal questionou a razão especulada por Boulos que justifique a rejeição que ele tem. Por usa vez, o psolista atribuiu a duas causas: seu lado político e as "fakes news" compartilhadas contra ele. "Tenho lado. Nunca tive medo. Nunca fiquei em cima do muro", afirmou Guilherme.
Durante a sua fala, Guilherme defendeu o MST e disse que em SP existe um tipo de "invasão" que não é de movimento social, mas sim de "assentamentos clandestinos ligados ao tráfico de drogas".
Na área da educação, questionado sobre seu posicionamento em relação ao ensino financeiro nas escolas, Guilherme disse ser favorável a educação financeira e ambiental, mas escolas com um "currículo ligado a vida das pessoas".
Durante a Live, Boulos firmou o compromisso de zerar as pessoas em situação de rua.
Já se colocando como possível presidenciável em 2026, Marçal questionou Guilherme sobre seus planos e se ele temia "enfrentar" nomes da direita. Sem exitar, Boulos disse que não era "filho de pai assustado" - não se intimida - e que "adversários a gente não escolhe".
Questionado sobre o que achava de Jesus, Boulos disse ser a "maior inspiração", mas que não inclui religião em seu palanque político.
Pablo Marçal, que está em Roma com a família, utilizou a live para reafirmar seus posicionamentos. Disse que não vota na esquerda e que, para ele, o número 5 está "quebrado" na urna.
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